A BRF informou que avalia recorrer à Justiça para obter reparação por eventuais prejuízos causados por sua rival JBS. Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse em delação premiada que controlava conselheiros da rival BRF.
De acordo com reportagem da coluna Radar On-Line, os executivos Luís Carlos Affonso e Carlos Costa aparecem nos áudios como beneficiários de propina da JBS. Os dois foram conselheiros da BRF até 2015.
Em resposta à consulta da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a BRF informa que “tomou conhecimento dos fatos, com muita estupefação […] e desconhece qualquer relação ou envolvimento dos ex- conselheiros de administração com o grupo JBS, seja antes ou depois do período em que ocuparam a posição de conselheiros da companhia”.
A BRF afirma ainda que as práticas descritas por Joesley Batista “podem ter impactos nas esferas penal, cível, concorrencial e regulatória”.
Segundo a empresa, essa conduta dá margem para o “ajuizamento de medidas judiciais e/ou administrativas de distintas naturezas contra os indivíduos e as empresas envolvidas nos fatos”.
A BRF pede que a CVM tome as providências cabíveis para a apuração dos fatos e das condutas dos ex-conselheiros. A empresa pede que a mesma providência seja tomada em relação ao ex-conselheiro Ademir Bendine.
“A companhia vem requerer, respeitosamente, que a Comissão de Valores Mobiliários oficie o Sr. Ademir Bendine para obter esclarecimentos a respeito dos fatos mencionados, […] notadamente acerca de sua relação com o Sr. Joesley, a empresa JBS, e de potencial conflito de interesses, violação de sigilo e uso indevido de informações privilegiadas durante o exercício de seu cargo de conselheiro da BRF.”
Os três ex-conselheiros foram indicados para a BRF pelo fundo de pensão Petros (dos funcionários da Petrobras).
Procurada pela reportagem, a JBS informa que “não recebeu nenhuma notificação referente a esse tema e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer eventuais esclarecimentos solicitados.”