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Brasileiros passaram a consumir mais músicas por streaming em 2020

Pandemia transformou os hábitos de consumo e estimulou artistas a entrarem de vez no mercado digital; país pode chegar a marca de 70 milhões de assinantes

Por Diego Gimenes
Atualizado em 7 dez 2020, 19h16 - Publicado em 7 dez 2020, 16h58
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  • A pandemia do novo coronavírus modificou vários hábitos dos brasileiros, e no mercado de músicas não poderia ser diferente. A internet passou a assumir um papel cada vez mais importante na vida das pessoas, uma vez que sair de casa se transformou num potencial risco de contágio de Covid-19. Com a adaptação da população às transações online, os aplicativos de streaming de música devem fechar 2020 com mais receitas, seguindo a tendência de crescimento dos últimos anos. Um dos fatores que explica o bom momento do mercado é o aumento do envio de músicas por meio das distribuidoras e agregadoras. Segundo as estimativas da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), durante a pandemia, foi observado um crescimento de até 30% em uploads diários.

    O potencial de expansão é bastante grande. O Brasil tem uma margem grande de crescimento no setor, podendo alcançar 70 milhões de assinantes, o que representaria um terço da população total. “Dado que o Brasil terminou 2019 com 11,8 milhões de assinantes de serviços licenciados de streaming de música, isso deixa enorme espaço para crescimento”, diz Carols Mills, presidente da ABMI.

    Boa parte dos uploads no ano se deu graças aos artistas independentes, uma vez que muitos deles ingressaram nos aplicativos nesse período, em vista que os shows e apresentações presenciais foram cancelados. “Esse nível de otimismo também foi uma surpresa para nós, mas acho que a maioria das gravadoras está confiante na sustentabilidade do crescimento do modelo de streaming a longo prazo. Aqui no Brasil, estamos longe da saturação do mercado de assinaturas”, projeta Mills.

    A pesquisa da ABMI ainda constatou que 89% dos entrevistados estão otimistas com o futuro, enquanto as distribuidoras notaram ‘efeitos econômicos positivos’ em função da pandemia.

     

     

    Desde 2017, a indústria musical brasileira vem registrando crescimento na casa dos dois dígitos. O ano de 2019 foi considerado um divisor de águas, quando a receita musical registrada no Brasil cresceu 13,1%, com um aumento de 23% na receita de streaming, segundo o Pró-Música Brasil. O streaming pago representou 75% das receitas registradas no país. Uma das estratégias que atraíram novos clientes foi a crescente de promoções especiais de três meses gratuitos dos serviços premium. “As assinaturas e as receitas com anúncios em plataformas de áudio e vídeo têm sido o fator chave para explicar o desempenho nos três primeiros trimestres de 2020”, analisa Paulo Rosa, presidente da Pró-Música Brasil.

    Em termos de popularidade dos serviços de streaming, o Amazon Music passou o Deezer no Brasil, se tornando o segundo maior aplicativo de músicas do país, atrás apenas do Spotify, que detém 61% do total de assinantes e ainda contribuiu com 45% de todo o faturamento da música brasileira em 2019. O Spotify Lite, lançado em julho de 2019 no país, também foi importante para o crescimento do setor, graças ao seu uso econômico de dados. Desde a sua chegada, os brasileiros foram os que mais tocaram música usando o Lite, entre todos os 37 mercados em que o aplicativo está disponível. “Embora a Covid-19 tenha atingido fortemente o Brasil, estamos confiantes de que a indústria musical não foi tão afetada quanto outros setores. Vemos as pessoas consumindo cada vez mais streaming”, conclui Mia Nygren, diretora executiva do Spotify para a América Latina.

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