O presidente da República, Jair Bolsonaro, ficou mais de duas horas, na manhã desta segunda-feira, 25, reunido com parte de seu ministério e recomendou foco total nesta semana para tentar viabilizar a proposta da reforma da Previdência, que enfrenta resistência no Congresso e é vista como o principal projeto do governo.
Após divergências públicas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro também recomendou que os ministros busquem “pacificação” com a Casa, segundo auxiliares. Não se falou, no entanto, sobre um possível encontro entre Bolsonaro e o deputado, hipótese que chegou a ser ventilada na semana passada.
Na semana passada, ruídos entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Bolsonaro colocaram em dúvida o andamento das mudanças no sistema de aposentadorias. A reforma da Previdência é defendida como carro-chefe do governo.
A conversa do presidente com os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Economia, Paulo Guedes, Secretaria de Governo, Alberto Santos Cruz, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno terminou sem declarações à imprensa.
A agenda de Bolsonaro e Onyx é intensa nesta segunda-feira para tratar da reforma da Previdência com ministros e lideranças no Congresso, uma tentativa de rearranjar a casa após uma série de atritos entre o governo e parlamentares ter se intensificado no final de semana.
Bolsonaro tem outras duas reuniões agendadas com Guedes ainda nesta segunda, uma delas com a participação de Onyx. Além disso, o ministro da Casa Civil terá uma conversa com todos os líderes do governo no Congresso no final da tarde, às 17 horas.
Segundo a agenda de Onyx, está prevista a presença do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).
No domingo, Vitor Hugo esteve reunido com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, uma das residências oficiais da Presidência. Após o encontro, informou a bancada do PSL, pelo Whatsapp, que o presidente “está certo e também convicto de suas atitudes” e criticou a “velha política”.
No fim do dia, depois do teor das mensagens ser divulgado pela imprensa, Vitor Hugo voltou a publicar no grupo da bancada. Desta vez em tom mais apaziguador, com referência à importância do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a aprovação da reforma.
“O apoio do Maia é importante para a aprovação da Nova Previdência e também do pacote de lei anticrime”, afirmou o líder.
Não bastasse a confusão entre o presidente Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, que trocaram farpas nos últimos dias, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, se indispôs no final de semana com a bancada do PPS, que é favorável à proposta de reforma do governo. Ela acabou tendo de se desculpar com o líder do partido na Câmara, Daniel Coelho (PE), por ironizar a mudança de nome da sigla, para Cidadania. Coelho reagiu com críticas ao governo e se recusou a apagar as publicações feitas em redes sociais, nas quais disse que o governo “erra muito”.