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Black Friday sai da internet e ganha as ruas

Segundo a economista da Fecomércio-SP, Julia Ximenes, existe um movimento cada vez mais forte das lojas para ingressar neste 'frisson'

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 18h27 - Publicado em 24 nov 2017, 07h48
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  • Depois de desembarcar no Brasil por meio do comércio eletrônico, a Black Friday ganhou as ruas e, hoje, o evento já é uma das principais apostas do comércio físico para as vendas de fim de ano. Nesta quinta-feira, pela cidade, faixas e cartazes anunciavam descontos de até 70%. Alguns estabelecimentos, decidiram antecipar as promoções. Foi o caso do Hipermercado Extra, em São Paulo. Uma unidade da rede na zona sul da cidade deu início às 22 horas, atraindo centenas de pessoas, que se estapearam por aparelhos de TV – os primeiros produtos da noite a entrarem na promoção.

    Segundo a economista da Fecomércio-SP, Julia Ximenes, existe um movimento cada vez mais forte das lojas para ingressar no frisson que ocorre nos sites e nas redes sociais, mas o que se observa nos dados de vendas é que o efeito da megapromoção ainda é pequeno nas ruas. A federação estima para novembro um crescimento de 15% a 16% nas vendas do online, enquanto no varejo físico prevê um crescimento de 8%, desempenho considerado normal para o mês.

    “O varejo físico faz uso da campanha, mas não consegue efetivar as vendas porque não existe incremento de renda na mão do consumidor, o 13.º salário só chega a partir do dia 30 em muitos casos, então as compras ficam para o Natal”, diz Julia Ximenes. Além da falta do 13.º, a gama de ofertas de preços e produtos oferecida na internet acaba causando uma concorrência desleal para as lojas físicas, explica a economista.

    Mesmo assim, a onda chegou até à Rua 25 de Março, região de comércio popular no centro de São Paulo, onde os descontos e preços baixos já são tradição. Apesar do esforço dos comerciantes, os consumidores nas ruas parecem não dividir a mesma empolgação. Muita gente nem sequer conhece a megapromoção. O porteiro Pedro Bertino, de 45 anos, pagou R$ 1.044 em uma TV ontem, sem saber que possivelmente encontraria o mesmo produto mais barato na loja hoje. “Sabia que era em novembro, mas não sabia quando.”

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