O Banco Central revisou de 2,3% para 3,2% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação consta no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, 26.
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A projeção do BC está em linha com a do governo federal e acima da visão do mercado, que estima crescimento de 3%. O forte crescimento é um dos motivos, inclusive, para as revisões no cenário de inflação. No relatório, a autoridade monetária vê a inflação em 4,3%, 0,3 ponto acima do projetado na edição de junho do documento.
Com a pressão inflacionária, sobe também a chance de estouro da meta inflacionária para este ano: de 28% em julho para 36% agora. A meta de inflação para este ano é de 3%, com o intervalo em 4,5%, bem próxima da inflação projetada para o ano. “Nos próximos meses, a inflação acumulada em doze meses deve permanecer próxima ao limite superior do intervalo de tolerância [que é de 4,5%], em meio a taxas mensais mais elevadas”, acrescentou a instituição.
Próximos anos
A desancoragem das expectativas de inflação, citada no relatório e pelo Comitê de Política Monetária como o fato principal para a alta da taxa Selic, também influencia numa maior chance de estouro da meta nos próximos anos.
Para 2025, o BC subiu a projeção do IPCA de 3,4% para 3,7% — a possibilidade de estouro da meta que era 21%, subiu para 28%. Em 2026, a autoridade monetária trabalha com um cenário de inflação em 3,3% (acima dos 3,2% vistos no relatório de junho). Neste caso, a chance de estouro subiu de 17% para 19%.
A meta de inflação, para 2025 e 2026, foi fixada em 3% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, até os 4,5%.
As projeções, segundo o BC, consideram fatores de oferta relacionados ao clima, como bandeiras tarifárias de energia elétrica, a seca em parte do país e a ocorrência do fenômeno La Niña.
PIB
“O ritmo de crescimento da atividade econômica tem sido forte e superado as expectativas, expresso pelo crescimento significativo do PIB no primeiro semestre do ano”, informou o BC, acrescentando que os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul mostraram-se “menores do que os esperados anteriormente, contribuindo para parte da surpresa.