O Banco do Brasil anunciou nesta segunda-feira, 11, um grande plano de reestruturação, tanto de unidades físicas como de pessoal. Em comunicado enviado aos investidores, a empresa anunciou que irá fechar 361 unidades, entre agências e postos de atendimento, além de redimensionar a mão de obra com programas de desligamento voluntário. A expectativa é que a adesão chegue a 5 mil funcionários.
O banco prevê adaptações na rede de atendimento em 361 municípios, mantendo unidades próprias em 221 municípios e correspondentes bancários Mais BB, nos demais. Com o novo modelo, 1,3 milhão de clientes passarão a contar com um gerente de relacionamento exclusivo para interação digital por meio do canal Fale.Com.
Devido à pandemia, a interação digital entre clientes e banco cresceu. O aplicativo do banco atingiu 4,7 milhões de usuários, crescimento 273% maior do que o período anterior. Ao mesmo tempo, o atendimento pelo WhatsApp chegou a quase 600 mil atendimentos por dia. “A reorganização da rede de atendimento objetiva a sua adequação ao novo perfil e comportamento dos clientes e compreende, além das medidas de otimização de estrutura descritas acima, outros movimentos de revisão e redimensionamento nas diretorias, áreas de apoio e rede, privilegiando a especialização do atendimento e a ampliação da oferta de soluções digitais”, afirmou o banco em fato relevante.
A desativação envolve 112 agências, 7 escritórios e 242 Postos de Atendimento (PA). Além disso, 243 agências serão convertidas em PA e outros 8 postos serão transformados em agências.
Os correntistas afetados pela mudança serão informados por SMS sobre suas novas agências ou gerentes. Os cartões e senhas, continuam válidos. Para a transição, o banco colocou no ar um site para esclarecer as medidas aos clientes. As informações também estão disponíveis pelo WhatsApp – (61) 4001-0001 e pela Central de Atendimento 0800 729 5291, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h.
Demissão incentivada
Com a digitalização de serviços e o fechamento de agências, o BB lançou dois programas de demissão incentivada para redimensionar a mão de obra do banco.
Segundo a instituição, o Programa de Adequação de Quadros (PAQ) visa ajustar a força de trabalho do banco, mudando empregados de setores com excesso de pessoal para outros com vagas disponíveis. Os empregados poderão fazer movimentações laterais e também optar pelo desligamento. O Programa de Desligamento Extraordinário (PDE) abrange todos os funcionários que atenderem aos pré-requisitos.
“As ações visam otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco, contribuindo para a redução de despesas e para a melhoria da eficiência operacional”.
A economia líquida anual estimada com as ações de reduções de custos implementadas pelo banco é de 353 milhões de reais em 2021 e 2,7 bilhões de reais até 2025. No valor não estão adicionados os recursos economizados com os planos de desligamento, que serão divulgados após o encerramento dos períodos de adesão, previsto para 5 de fevereiro.
O Banco do Brasil é visto pelo ministro Paulo Guedes como um possível ativo de privatização, porém, o banco não está nos planos de passagem para a iniciativa privada até o momento. Para 2021, o foco de privatização está em outras grandes empresas, como Eletrobras e Correios. A desestatização, porém, passa pelo Congresso.