O Banco Central Europeu (BCE) prosseguiu com a sua política de contenção ao subir os juros em 0,25%, impulsionando a sua principal taxa para o nível mais elevado em 22 anos. Essa decisão diverge do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, que optou por uma pausa estratégica para ponderar os riscos antes de conduzir elevações futuras.
A principal taxa de refinanciamento do BCE está agora em 4,0%, enquanto a taxa de depósitos e empréstimos marginais subiu para 3,50% e 4,25%, respectivamente. Esta é a oitava alta consecutiva sustentável da autoridade europeia, algo que já era esperado pelo mercado.
O BCE justificou a decisão para as persistentes pressões de preços, apesar de alguns dados sugerirem sinais de desaceleração. Em maio, a inflação do bloco desacelerou para 6,1%. A margem tem diminuído, mas a expectativa é que continue elevada por mais tempo do que o inicialmente previsto. Com essa perspectiva, as projeções do BCE para os próximos anos foram revistas para cima, com a expectativa de uma inflação de 5,4% para este ano, antes de cair para 3,0% em 2024 e para 2,2% em 2025.
Em comunicado, o BCE diz que a inflação tem desacelerado, mas ainda é demasiado alta. “A economia apresenta‑se fraca atualmente, mas deverá se recuperar mais para o final do ano, principalmente pelo setor de serviços, que apresenta um bom desempenho. Além disso, criou‑se quase um milhão de novos postos de trabalho durante os primeiros três meses do ano, e os salários de muitos trabalhadores continuam a aumentar. “Com a subida das taxas de juros, menos empresas e famílias estão a contrair empréstimos. Estamos a acompanhar de perto a forma como as taxas de juros mais elevadas afetam a economia”, diz o banco em comunicado. O BCE projeta um crescimento de 0,9% neste ano, recuperando para 1,5% em 2024.