O Banco Central Europeu decide nesta quinta-feira o futuro da taxa de juros na Zona do Euro. A taxa em si, em 4% ao ano, não deve mudar agora. O que investidores esperam é uma indicação clara de que há espaço para iniciar os cortes na próxima reunião, em junho. E isso deve vir principalmente da entrevista que a presidente do BCE, Christine Lagarde, concederá logo após a decisão.
Até poucos dias, essa seria uma notícia velha, já que investidores esperavam que o Fed faria o mesmo. Só que a maré virou. Dados fortes de mercado de trabalho e inflação resiliente nos Estados Unidos têm feito investidores ajustarem suas apostas. Há uma semana, o consenso ainda era de corte de 0,25 p.p. no juro dos EUA. Agora, mais de 80% dos investidores apostam na manutenção, isso de acordo com a ferramenta Fed Watch, da CME.
Essa mudança nos EUA pesa sobre as bolsas globais, com os futuros americanos em baixa nesta manhã. As bolsas europeias também recuam.
Mas o efeito concreto de uma queda dos juros na Zona do Euro deve ser uma desvalorização da moeda do bloco em relação ao dólar, já que investidores tendem a migrar recursos para o mercado americano. Em 2022, o euro chegou a perder a paridade para o dólar.
Nos EUA, a agenda do dia inclui a divulgação dos preços ao produtor de março, indicador que projeta a inflação ao consumidor nos meses seguintes. Após o susto de ontem, não há notícia positiva que ele seja capaz de trazer.
No Brasil, o dado principal é de vendas do varejo, isso após a inflação daqui vir abaixo do esperado. O EWZ, que aponta a tendência do Ibovespa no dia, opera perto da estabilidade em Nova York, mas no azul. Petrobras e Vale avançam. Ainda assim, um dia positivo para a bolsa brasileira dependerá do ânimo dos investidores internacionais.