Após o dólar comercial atingir o valor de 4,101 reais na venda nesta sexta-feira, 17, o Banco Central anunciou que fará leilão de 3,75 bilhões de dólares entre segunda e quarta-feira da próxima semana para “aumentar a previsibilidade” da moeda norte americana. Nos dias 20, 21 e 22 serão leiloados até 1,25 bilhão de dólares por sessão.
O dólar fechou em alta de 1,61% nesta sexta-feira, acumulando alta de 4% na semana. O avanço da guerra comercial entre Estados Unidos e China e o cenário político brasileiro, com a fraca articulação do governo para aprovar a reforma da Previdência, fizeram com que a moeda disparasse.
O valor de fechamento dessa sexta-feira foi o maior desde 19 de setembro do ano passado, quando atingiu 4,12 em meio à corrida eleitoral.
De acordo com Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, além da aversão do mercado quanto ao cenário interno e externo, havia um movimento do mercado na alta da moeda para testar uma possível intervenção do Banco Central no cenário.
Além do dólar em alta, a reação do mercado financeiro à semana ruim também pode ser vista no Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira fechou abaixo dos 90 mil pontos pela primeira vez no governo Jair Bolsonaro. Com ligeira queda de 0,04%, a bolsa atingiu os 89.992 mil pontos, valor mais baixo desde dezembro do ano passado, quando fechou em 87.887 pontos no dia 28 de dezembro.
Escândalo
Segundo analistas do mercado financeiro, as investigações envolvendo o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), também influenciaram na cotação da moeda. Conforme revelado por VEJA, o Ministério Público do Rio de Janeiro apontou indícios de que o parlamentar tenha utilizado a compra e venda de imóveis no Rio de Janeiro para lavar dinheiro. Entre 2010 e 2017, Flávio investiu 9,425 milhões de reais na compra de dezenove imóveis, entre salas e apartamentos.