O mercado de ações brasileiro observou um movimento inesperado no mês de agosto: uma queda considerável no número de investidores ativos na B3. Em um mês, houve uma diminuição de 548,8 mil CPFs individuais, totalizando 4,806 milhões de investidores.
Em esclarecimentos solicitados sobre este cenário, a B3 destacou que considerando apenas os investidores em ações, houve, na verdade, um ligeiro aumento. A cifra de investidores exclusivos em ações passou de 3,61 milhões no mês anterior para 3,62 milhões agora. O declínio foi observado predominantemente entre os investidores de BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
Embora a B3 não tenha estabelecido diretamente um vínculo, os movimentos recentes do Nubank parecem ser a peça central desta queda. Quando o banco realizou sua oferta pública inicial (IPO) em 2021, lançou BDRs de nível 3 no mercado brasileiro. No entanto, em setembro de 2022, o banco anunciou uma transição para BDRs de nível 1 não patrocinados.
Curiosamente, não é a primeira vez que o Nubank figura no centro das oscilações da bolsa. Em dezembro de 2021, o banco digital fez sua estreia na B3, catalisando um aumento de quase 760 mil investidores no mercado acionário nacional. Em contraste, agora, a instituição financeira parece ter influenciado a saída de mais de meio milhão de investidores.
Esse episódio ressalta a dinâmica e interdependência do mercado de capitais e os grandes players que nele atuam, demonstrando como a trajetória de uma única empresa pode influenciar a participação de milhares de investidores.