A companhia aérea Azul informou, nesta segunda-feira, 13, que protocolou na Justiça uma nova proposta para comprar parte das operações da Avianca Brasil, empresa que passa por processo de recuperação judicial. Em nota a investidores, a Azul disse que requereu junto à Justiça de São Paulo, uma autorização específica para a compra de uma “nova Unidade Produtiva Isolada (Nova UPI)”, espécie de empresa que seria criada a partir do desmembramento da Avianca, no valor mínimo de 145 milhões de dólares (cerca de 580 milhões de reais).
A nova oferta da Azul prevê a compra de 21 slots (autorizações de pouso e decolagem), que a Avianca detém atualmente no Aeroporto de Congonhas; 14, no Santos Dumont, e 7 no aeroporto de Brasília. O valor é maior que o ofertado anteriormente, de 105 milhões de dólares (420 milhões de reais).
A proposta da Azul é 5 milhões de dólares maior do que a oferecida pela Gol e pela Latam juntas. O pedido da Azul ainda está sujeito à análise da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo.
O plano da Gol e da Latam causou uma divisão entre as companhias, e levou a Azul a deixar o grupo Abear, do qual a Gol e a Latam também são membros, e a negar qualquer interesse nos ativos e criticar seus concorrentes.
“A Azul acredita que o pedido formulado ao juízo da RJ para alienação judicial da Nova UPI confere à Avianca Brasil, seus empregados, consumidores, credores e demais interessados uma alternativa legal e legítima para viabilizar a monetização, o uso continuado de bens e a preservação de atividades, as quais correm grave risco de paralisação e rápida deterioração das atividades da companhia, no melhor interesse do mercado de aviação e todos os envolvidos”, disse a empresa em comunicado ao mercado.
A empresa aérea justificou o pedido de compra com o argumento de que a medida oferece uma alternativa para aumentar a competitividade na ponte aérea Rio-São Paulo. A Azul disse ainda que a proposta de nova UPI “não invalida o procedimento de alienação judicial das sete unidades produtivas isoladas”. O leilão, previsto para acontecer no último dia 7, foi suspenso pela Justiça Paulista a pedido da Swissport. A empresa, que realiza logística aeroportuária, argumentou, no pedido, que a transferência de slots, prevista no plano de recuperação da Avianca, é proibida por lei. A Avianca recorreu da suspensão, defendendo a legalidade de seu plano de recuperação.