A Azul (AZUL4) anunciou na última segunda-feira, 7, que firmou um acordo comercial com arrendadores e fabricantes de motores (OEM), credores de uma dívida de quase 600 milhões de dólares conversíveis em ações. A renegociação implica que os valores devidos serão trocados por uma participação equivalente em papéis da companhia aérea. Em comunicado oficial enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirma que os credores concordaram em eliminar a “participação pro-rata do saldo atual das obrigações de emissão de ações”, no valor de aproximadamente 3 bilhões de reais. Em troca, eles receberão até 100 milhões de novas ações preferenciais da Azul em uma única emissão.
A divulgação da decisão fez com que os papéis da Azul (AZUL4) registrassem aumento de 21% durante as negociações da Bolsa nesta terça-feira, 8. As ações chegaram a valer 6,99 reais. Hoje, 9, elas fecharam com 6,18 reais no mercado. Mesmo assim, a expectativa com a negociação é a valorização dos papéis para o patamar de 30 reais. “Os acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”, disse a companhia no anúncio.
A aérea também informou que os participantes da negociação detêm cerca de 92% do instrumento de patrimônio emitido no ano passado. Os 8% restantes das obrigações de emissões de ações seguem. De acordo com analistas, dentre os próximos passos seguidos pela Azul estão: utilizar o programa de ajuda financeira recentemente anunciado pelo governo, que oferece linhas de crédito respaldadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), com R$5 bilhões em crédito para o setor e avançar com o programa de crescimento de capacidade no segundo semestre, com a chegada de novas aeronaves E2.