Desde o dia 1º de outubro, a Argentina está com as fronteiras abertas para viajantes de países vizinhos, sem a necessidade de fazer quarentena na chegada. A forte desvalorização do real, sexta moeda no mundo que mais perdeu monta no ano passado, vai obrigar os brasileiros a trocar seus destinos preferidos, na Europa, Estados Unidos, México e países do Caribe, por outros mais próximos e mais seguros. Com o relaxamento das regras sanitárias, um leque variado de experiências turísticas e um câmbio atraente, os vizinhos ao sul se apresentam como a melhor opção para viajar.
A relação turística entre Brasil e Argentina é muito antiga. Antes da pandemia, cerca de 1,5 milhão de turistas brasileiros viajavam para destinos argentinos por ano, o que colocou o país em primeiro lugar no ranking de chegadas em 2018 e 2019. Os destinos preferidos são a capital, Buenos Aires, e a Patagônia, no sul do país e do continente. A ideia dos vizinhos é reatar esses laços.
Um dos principais atrativos, além dos destinos, é a relação custo-benefício. Uma pesquisa encomendada pela Bounce, empresa de armazenamento de bagagem, analisou 75 destinos populares usando o preço médio de cinco custos comuns – um quarto de hotel, uma refeição em um restaurante de bairro, uma passagem em transporte público, uma garrafa de vinho e uma cerveja gelada. Buenos Aires ficou em primeiro lugar, Istambul em segundo e o Rio de Janeiro em terceiro.
Famosa por sua comida de rua e cultura de dança, Buenos Aires tem vários atrativos econômicos, especialmente para quem mora em São Paulo: uma garrafa de vinho na capital argentina é 58% mais barata que na capital paulista. O preço da diária de hotel custa em média 28,5% menos. O câmbio favorável, com um real comprando 18,09 pesos argentinos, ajuda bastante.
“Trabalhamos com uma variedade de nichos, dos mochileiros aos participantes de congressos, passando pelos estudantes de idiomas e os interessados em viver a experiência da neve”, diz Oscar Suarez, coordenador de Promoção Turística do Instituto Nacional de Promoção Turística do governo argentino.”Não se trata de apenas de uma vantagem cambial, mas de valores agregados. Não é apenas oferecer um refrigerante a um dólar ou uma taça da Malbec a um valor acessível, mas oferecer estes produtos em um entorno que propicie uma experiência para quem está viajando.”
Com pouco mais de 50% da população completamente vacinada, a Argentina estabeleceu algumas regras. São aceitos viajantes com ciclo completo de imunização, realizado pelo menos 14 dias antes do ingresso. Além disso, é exigido um teste de PCR, feito ao menos 72 horas antes do embarque, ou um teste de antígeno no ponto de entrada, Por enquanto, o PCR deve ser repetido ao fim de uma semana de estadia, mas essa regra deve cair com o avanço do programa de vacinação. Viajantes com uma dose de vacina apenas podem entrar, desde que façam quarentena de sete dias, realizem teste de antígeno na chegada e um PCR no fim do isolamento.