Influenciado pela tensão comercial entre China e Estados Unidos, o dólar chegou a bater os 3,99 reais durante esta terça-feira, 7, mas recuou e fechou aos 3,97 reais para a venda, com alta de 0,29%. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou com queda de 0,65%, aos 94.388 pontos. No mercado interno, investidores observaram com cautela o primeiro dia de trabalhos da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados.
O dia começou com notícias positivas após a China comunicar que seu vice-primeiro-ministro, Liu He, visitará os Estados Unidos nesta semana para negociações comerciais, mesmo após o presidente americano, Donald Trump, prometer a imposição de novas tarifas ao país asiático, a partir de sexta-feira. Apesar disso, o representante comercial estadunidense, Robert Lighthizer, disse que o aumento nas taxas está mantido. Com isso, às 11h39, a moeda atingiu 3,99 reais.
“O movimento de hoje é um pouco da extensão do movimento de ontem, de apreensão do mercado com relação ao embate comercial entre China e Estados Unidos. Principalmente pelo fato de que já estava equacionado um acordo”, afirma Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.
Apesar do pico, o dólar sofreu uma queda ao longo da tarde fechando em 3,97 reais. O motivo, segundo Bergallo, é a uma realização natural dos ganhos logo após uma alta muito forte.
O Ibovespa também sentiu o impacto da guerra comercial. “É bom para lembrar que o mundo é verde: em dólar”, afirma Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, em referência ao impacto da economia americana no Brasil. Segundo ele, além da disputa entre os dois países, os investidores também ficaram de olho na reforma da Previdência. O mercado aguarda com cautela pela ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, na quarta-feira, 8, à comissão especial da Câmara dos Deputados. “O mercado espera o Paulo Guedes. O mercado votou nele”, resume Spyer.
Para além disso, também fica a expectativa pela reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que vai definir se mantém ou não a taxa básica de juros da economia brasileira em 6,5%, a menor da história.