A última pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial trouxe tensão para o mercado financeiro. O levantamento divulgado ontem à noite mostrou que as candidaturas mais alinhadas à esquerda, caso de Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), não foram arranhadas pelo ataque contra o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro (PSL). Ao mesmo tempo, as intenções de voto no candidato preferido do mercado, o tucano Geraldo Alckmin, continuam estagnadas.
Diante desse cenário, o dólar chegou a bater 4,18 reais às 11h40. Às 12h59, a moeda americana era vendida por 4,16 reais, uma alta de 1,57% em relação ao pregão de segunda-feira. Já o Ibovespa, principal indicador acionário da Bolsa, recuava 2,29%, a 74.689,22 pontos.
Além da pesquisa eleitoral, relatório divulgado hoje pela corretora H.Commcor alerta que a iminente oficialização da candidatura de Fernando Haddad pelo PT coloca mais combustível na tensão do mercado.
“Não foi observado nesse documento [pesquisa Datafolha] o enfraquecimento de Ciro, bem como não foi visto uma expressiva melhora de Bolsonaro após o atentado ao deputado, leitura essa que pode ser diluída, mantida ou fortalecida pelos números do Ibope mais tarde”, afirma o relatório da corretora.
A pesquisa Datafolha apontou que Jair Bolsonaro segue na liderança, com 24% das intenções de voto, apenas dois pontos acima do levantamento anterior, diferença que está dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Na pesquisa, Ciro Gomes (PDT) subiu de 10% para 13%, enquanto Marina Silva (Rede) caiu de 16% para 11%. Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou de 9% para 10%. Fernando Haddad (PT) subiu de 4% para 9%. Uma nova pesquisa Ibope é aguarda para hoje à noite.
“As últimas pesquisas foram uma decepção para o mercado, que esperava uma reação maior do candidato tucano. Daqui a pouco, haverá voto útil no Jair Bolsonaro (PSL) de eleitores do Alckmin para barrar a vitória de Ciro Gomes (PDT)”, disse André Perfeito, economista-chefe da corretora Spinelli.
Outro fator que está afetando o câmbio é a pressão externa ocasionada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, que derrubou a bolsa de Xangai nesta terça-feira (11).
“Há uma tensão no mercado externo com a decisão da China de entrar na OMC e retaliar os Estados Unidos pela alta nas tarifas de produtos chineses. Todas as bolsas estão caindo lá fora por esse motivo”, disse diretor da Mirae Corretora, Pablo Spyer.