O governo francês propôs nesta quarta-feira um projeto de lei para restringir promoções em supermercados do tipo “pague um, leve dois”. Segundo jornais franceses, a meta é proibir descontos superiores a 34% em produtos alimentícios. A decisão foi tomada após a confusão gerada pelo desconto de 70% no creme de avelã Nutella, que causou briga entre consumidores da rede Intermarché, no nordeste da França.
A rede promoveu promoções em outros produtos na última semana, causando confusões nos supermercados. A repercussão dos casos fez com que o Ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, se reunisse com o chefe-executivo do Intermarché.
“Eu disse a ele que isso não pode acontecer novamente, que não podemos ver esse tipo de cenas na França a cada cinco minutos”, disse Le Maire para a rádio francesa RTL.
Ele ainda afirmou que acordos parecidos deveriam ser interrompidos e que o comportamento desordenado dos compradores deve ser “normalizado”.
Segundo a mídia francesa, o projeto de lei não foi pensado apenas para proteger consumidores: a norma foi elaborada para dar mais poder de decisão sobre preços nas mãos de agricultores e produtores. Uma medida adicional na lei visa reforçar o preço mínimo que os supermercados podem praticar na venda de alimentos.
O ministro da Agricultura francês, Stéphane Travert, comentou: “Será um sopro de ar fresco para os varejistas, que poderão cortar suas margens em outros produtos e pagar melhor os produtores”.