Em um sinal de pacificação após os últimos dias de crise, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, para almoçar nesta quinta-feira, 28. A reunião contou com a presença de outros deputados. Logo após o encontro, ambos adotaram um discurso conciliador e a favor da reforma da Previdência.
“Vamos colocar esse trem nos trilhos para que a gente possa caminhar com velocidade. Em uma velocidade que os 12 milhões de desempregados esperam”, disse Maia. “O convidei (a Guedes) para retomarmos o diálogo sobre reforma”, continuou o presidente da Câmara ao fim do encontro. “Vamos focar no que pode melhorar o país.”
Guedes também conversou com a imprensa e disse que houve muito “ruído de comunicação” em torno da reforma, mas que ele segue confiante na aprovação da proposta.
“Houve muito combate durante a campanha, e esse barulho vai diminuir. O exercício das próprias funções daqui para a frente vai fazer com que se tenha uma convergência, uma harmonização. Eu acho que isso é natural. O barulho está um pouco acima, exatamente porque houve esse choque inicial. Mas eu tenho sido testemunha de que todos estão empenhados”, declarou o ministro.
Tensão política
Maia e Guedes botaram panos quentes no clima entre Executivo e Legislativo um dia depois de um novo capítulo da troca de farpas entre o presidente da Câmara e o presidente Jair Bolsonaro, e de Guedes afirmar em audiência no Senado que não tem apego ao cargo e que tem uma vida fora do ministério, em sinais interpretados por agentes econômicos como negativos para o futuro da reforma.
Após não comparecer a uma reunião na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara nesta semana, Guedes deve ir à Casa na próxima quarta-feira. “A ida dele à Câmara na quarta vai ser muito importante”, afirmou Maia.
O deputado destacou a importância de Executivo e Legislativo trabalharem para recuperar a economia. “Certeza de que vamos juntos transformar o Brasil em uma economia forte”, disse. Maia não quis comentar os últimos embates com o presidente Jair Bolsonaro e declarou apenas que o trabalho será feito “sem farpas”.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)