O aplicativo de carona Venuxx, feito por mulheres e para mulheres, disponibiliza um sistema inédito de reconhecimento facial para suas passageiras. A empresa começa a operar nesta segunda-feira, 4, na cidade de São Paulo.
Ao pedir por uma corrida em aplicativos de carona, é comum que o passageiro tenha acesso a foto do motorista, por motivos de segurança. A proposta do aplicativo é permitir que as motoristas parceiras também tenham acesso à identificação da cliente. “Segurança é básico”, explica Gabrielle Jaquier, chefe de operações da Venuxx.
Segundo ela, o mecanismo funciona da seguinte forma: a passageira se cadastra no aplicativo, coloca seus dados e inclui a imagem. “Nessa hora, ela é obrigada a tirar uma foto pelo seu celular. Se for homem, já é barrado”, conta Jaquier. A empresa também conta com a tecnologia de reconhecimento de movimento para evitar fraudes.
“Não nascemos para combater assédio, porque é uma pauta de segurança pública. Não temos esse poder. Mas acho que podemos sim impactar a vida de muitas pessoas com um serviço seguro, confiável e eficiente”, relata a COO.
Para ela, a questão vai muito além da segurança e está relacionada com a experiência da viagem, isso porque, com condutores homens, as passageiras tendem a se sentir menos confortáveis. “Mas com mulheres motoristas, elas vão conversando e fazem amizade. Gera atração e indicação do aplicativo. Queremos mudar a relação da passageira com o motorista”.
Ao todo, já são 40 mil mulheres cadastradas entre motoristas e passageiras. O aplicativo também atende meninos, desde que tenham até 17 anos e estejam acompanhados por uma usuária do aplicativo. O app já roda em Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG).
Segundo ela, a operação na cidade de São Paulo começa em alguns bairros prioritários e vai se expandir conforme a necessidade. Um dos grandes desafios, segundo a COO, é se livrar do legado de seus concorrentes. “Viemos para fazer um trabalho diferenciado no mercado. Sofrendo pela imagem que outros aplicativos deixaram no mercado”, explica. De acordo com Jaquier, o objetivo da empresa é se estender para além do serviço de caronas.
A remuneração utilizada pela plataforma também é diferente. A empresa fica com um real de todas as viagens e o restante do valor é repassado para a motorista. “O motorista homem costuma trabalhar o dia todo. Por isso, é mais vantajoso o modelo tradicional. Mas, para uma mulher, que normalmente tem um período diferente, é melhor ganhar mais por viagem”, conta.