A Embraer e a Boeing afirmaram nesta quinta-feira, 3, que a criação de uma nova empresa, resultado do acordo comercial entre as duas companhias, deve ficar para o início de 2020. Antes, o prazo era 2019. No comunicado assinado em conjunto pelas empresas, a Boeing e Embraer afirmam que a fusão segue em avaliação pelos órgãos regulatórios de diversos países. No fim de setembro, a União Europeia anunciou que abriria investigação sobre a compra da divisão comercial da Embraer.
O acordo com a Boeing prevê uma joint venture composta pelas operações de aeronaves comerciais e serviços relacionados a este segmento da Embraer, no qual a norte-americana deterá 80% da nova empresa, denominada Boeing Brasil – Commercial, enquanto a Embraer terá os 20% restantes.
“As duas empresas estão atuando ativamente junto às autoridades em jurisdições relevantes e já obtiveram várias aprovações regulatórias. Após uma avaliação detalhada da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, a parceria estratégica das companhias recebeu autorização para ser concluída nos Estados Unidos. A Comissão Europeia indicou recentemente que iniciará uma segunda fase de análises da transação, e a Embraer e a Boeing continuarão contribuindo com esse processo de revisão”, afirmaram as duas empresas na nota.
No comunicado, as empresas destacam a criação de outra joint venture para promover e desenvolver mercados para o avião de transporte KC-390. “A ampla parceria estratégica entre Embraer e Boeing, representada por essas duas joint ventures, posicionará as empresas para competir no mercado global, oferecer maior valor aos clientes e impulsionar a indústria aeroespacial brasileira como um todo”, concluíram as empresas no comunicado.
UE investiga a parceria
No fim de setembro, a União Europeia anunciou que iria investigar o acordo entre as duas companhias e a investigação pode durar até cinco meses.
A medida aumenta a pressão sobre a Boeing para oferecer concessões para tratar de questões de concorrência. Recentemente, a comissão questionou fornecedores e rivais sobre o negócio, indicando preocupações com a concentração no mercado. Segundo uma fonte com conhecimento direto do acordo, os questionamentos envolveram o impacto do número reduzido de empresas, de sete para seis e de três para dois em vários segmentos.
Na quarta-feira, a relação entre União Europeia e Estados Unidos piorou devido a disputas entre fabricantes de aviões. A Organização Mundial do Comércio (OMC) permitiu que os EUA taxassem, por um ano, 7,5 bilhões de dólares em produtos europeus, devido a subsídios irregulares da UE para a AirBus, concorrente da Boeing.
(Com Reuters)