As ações da JBS fecharam o pregão em alta de 2,35% nesta quarta-feira, dia em que o presidente da companhia, Wesley Batista, foi preso pela Polícia Federal. A valorização foi uma das maiores registrada no dia. Já principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o dia em alta de 0,33%, a 74.787 pontos. Foi o terceiro dia consecutivo de quebra de recorde do Ibovespa.
Para o chefe de operações da corretora Gradual, Pedro Afonso, o mercado vê como positivo o afastamento dos irmãos Batista do comando da empresa e a sensação é de que os problemas nas delações dos executivos não devem afetar o acordo de leniência da companhia, firmado com o Ministério Público. “A governança da empresa estava sendo questionada”, avalia.
Em relação ao Ibovespa, boas notícias como aumento no consumo, inflação em baixa e juros em queda têm trazido bom ambiente ao mercado, na visão do especialista.
A CVM (Comissão de Valores Imobiliários) investiga se a JBS lucrou com a compra e venda de ações realizada antes do conteúdo da delação premiada dos irmãos Batista vir à tona. A notícia fez as ações desabarem. A suspeita é que os empresários usaram informação privilegiada para lucrar com o episódio, o que é contra a lei. Ambos tiveram prisão preventiva decretada nesta quarta, e Joesley já estava detido desde domingo.
Segundo o Ministério Público Federal, as operações com a moeda americana no mercado futuro envolveram cerca de 3 bilhões de reais, o que teria resultado num lucro de mais de 100 milhões de dólares.
Também nesta quarta-feira, o BNDES, que é dono de 21,31% das ações da JBS, defendeu que haja um processo para a escolha de um novo presidente para a empresa. O banco chegou a convocar uma assembleia para tratar da responsabilização dos empresários pelos prejuízos causados à JBS em crimes confessados na delação premiada. Mas a assembleia foi cancelada após liminar obtida pela J&F, holding que controla a JBS.
Procurada, a empresa disse que não comentaria sobre mudanças na direção do grupo.