A equipe econômica do presidente Luís Inácio Lula da Silva começou a acenar ao setor produtivo ao ampliar a faixa de financiamento do Minha Casa, Minha Vida, incentivar o consumo da classe média com o programa de barateamento de veículos e enfrentar o cenário de inadimplência pelo Desenrola, que promete tirar até 70 milhões de pessoas das dívidas. Todas essas medidas foram anunciadas ou concluídas nas últimas semanas.
Ex-secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa comemorou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), sob a gestão do vice-presidente Geraldo Alckmin, “manteve todas as iniciativas que começamos, toda a estrutura”, apesar de não existir MDIC durante a gestão do ex-presidente Jari Bolsonaro. Ele, entretanto, lamentou que só agora o governo tenha começado a sinalizar para a indústria. “O que está acontecendo agora é um aumento dessa comunicação com o setor produtivo, mas isso não basta: tem que entregar”, disse. “O que tenho visto é que o governo começou a se preocupar mais com o setor produtivo, principalmente com a indústria e isso, indiretamente, afeta a classe média, que tem o maior volume de compra e geração de emprego, que é uma preocupação muito grande”, prosseguiu.
Alckmin aproveitou o fim do programa de incentivo às indústrias para ampliar a compra de carros populares para dizer que a medida ajudou a “salvar empregos”. “Estávamos com quase 50% de ociosidade na indústria automobilística. Então, o presidente Lula fez um programa para beneficiar a população”, disse. A medida, entretanto, pode não ser suficiente para incentivar o consumo. “Medidas que melhorem o ambiente de negócios, que continuem nossa agenda de redução do Custo Brasil, são fundamentais”, disse o ex-secretário. “A agenda de melhorias do ambiente de negócios foi incorporada pelo MDIC, mas ainda não chegou ao seu pleno potencial”, completou.