Nesta terça-feira, 4, uma fala da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, assustou o mercado. Em uma entrevista a revista The Atlantic dada na última segunda-feira, divulgada pela CNBC, Yellen afirmou que os juros dos Estados Unidos podem ter de subir levemente caso o país passe por um crescimento acelerado, decorrente das políticas fiscais estimulativas do governo. “Pode ser que os juros tenham de crescer levemente para assegurar que nossa economia não superaqueça”, disse ela. “Isso pode causar algum crescimento muito modesto nas taxas de juros”, disse.
A fala surpreendeu por alimentar o debate que polariza críticos e defensores do Fed a respeito da inflação no país. De um lado, especialistas afirmam que haverá um descontrole inflacionário nos Estados Unidos como consequência das injeções trilionárias de Biden. De outro, o Federal Reserve afirma que esta inflação é passageira e não se perpetuará. A declaração de Yellen também surpreendeu por ocorrer após o presidente do Fed, Jerome Powell, na última divulgação do Fomc, no final de abril, responder com todas as letras a um repórter que não considera diminuir os estímulos monetários à economia, como o aumento da taxa de juros ou a diminuição do ritmo de compra de títulos públicos americanos. Recentemente, o Fed sinalizou que não vê queda dos estímulos pelo menos até 2024.
Após a divulgação, as ações tiveram leve queda e o dólar se valorizou em decorrência da diminuição do rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos. Porém na tarde desta terça-feira, 4, o movimento se arrefeceu e os investidores esperam pela próxima fala da secretária do Tesouro americano. Programada para às 16h no horário de Washington, ou 17h no horário de Brasília, Yellen dará entrevista ao vivo ao The Wall Street Journal e poderá esclarecer se as declarações se referiam realmente às taxas básicas de juros, como especulou parte do mercado, ou aos juros longos do país.