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9,3 milhões de brasileiros vão deixar compras de Natal para a última hora

Em levantamento do SPC Brasil, duas em cada dez pessoas afirmam que vão gastar mais do que devem na data

Por André Romani, Larissa Quintino Atualizado em 18 dez 2018, 16h44 - Publicado em 18 dez 2018, 15h41
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  • A velha mania do brasileiro de deixar as compras para a última hora continua firme neste ano. Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 9,3 milhões de pessoas ainda pretendem fazer compras de Natal

    Entre os que postergaram as compras natalinas para a última hora, a principal justificativa é a espera por promoções-relâmpago (55%) que podem ajudar a economizar na aquisição de presentes.

    Outros 22% estão aguardando o pagamento da segunda parcela do 13º salário. A data-limite para as empresas depositarem a cota é a próxima quinta-feira, 20. 

    Catorze por cento alegam falta de tempo para procurar todos os presentes da lista. Há ainda outros 14% de entrevistados que admitem falta de organização e 5% que culpam a preguiça de fazer compras, deixando a tarefa para o limite da data comemorativa. A pesquisa também mostra que apenas 2% dos entrevistados vão adiar as compras natalinas para janeiro de 2019, preferindo aproveitar as liquidações de início de ano.

    Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, deixar as compras de Natal para a última hora é uma atitude equivocada para quem pretende economizar. “É uma ilusão esperar que as lojas venham a oferecer grandes promoções faltando poucos dias para o Natal. As liquidações mais vantajosas costumam ocorrer após a virada do ano”, alerta. 

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    Outro levantamento do SPC Brasil, mostra que as compras de fim de ano podem levar o brasileiro a começar 2019 endividado. Isso porque dois em cada dez consumidores gastam mais do que podem com presentes de Natal. 

    Entre esses consumidores, o maior porcentual está entre as mulheres (23%) e classes C, D e E (22%). De acordo com Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, isso se explica porque as classes mais baixas possuem pouca margem de manobra. Como não há um grande arrecadamento durante o ano, as compras em dezembro têm consequências ainda maiores no orçamento. Já com relação às mulheres, o alto índice ocorre pois elas são, normalmente, as principais responsáveis pelo orçamento familiar.

    Ainda de acordo com a pesquisa, 23% dos consumidores que fizeram compras no fim do ano em 2017, e pretendem repetir o ato em 2018, ficaram negativados. E 28% dos que vão às compras neste ano têm contas atrasadas. Ao todo, foram 761 consumidores consultados nas 27 capitais do país.

    Planejamento em casa 

    Segundo a economista, para evitar situações como as relatadas na pesquisa é necessário começar pelo planejamento em casa.

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     O primeiro passo é decidir quanto se está disposto a gastar e depois escolher os destinatários dos presentes. “Às vezes queremos comprar para todo mundo, mas isso acaba prejudicando as contas depois.” Para não deixar ninguém de mãos vazias, Marcela cita que lembrancinhas e a criatividade podem ajudar a economizar. “Uma boa escolha pode ser cozinhar o doce favorito da pessoa e levar na festa de Natal, ao invés de comprar alguma coisa, por exemplo”.

    Escolher os presentes antes também ajuda a poupar tempo e dinheiro. A economista aconselha a pesquisar na internet, procurando por preços menores e já definindo em qual estabelecimento será feita a compra.

    Outro ponto importante ressaltado por ela, é não separar todo o 13° salário para as festas de fim de ano. “É necessário ter em mente a importância de guardar esse dinheiro para janeiro”.

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    Cuidados a ser tomados nos estabelecimentos

    Mesmo seguindo esse planejamento, algumas atitudes dentro das lojas podem levar a gastos exagerados. Um exemplo disso é a chamada ‘correria’. “Quando a pessoa deixa para  efetuar a compra na última hora, ou em um horário muito cheio, acaba ficando sem paciência e com menos tempo, o que pode levar a decisões equivocadas”. Mônica também aconselha a deixar as crianças em casa. Segundo ela, os pequenos muitas vezes apressam o acompanhante e incentivam a gastar mais.

    Já para quem está com problemas no cartão, sacar o dinheiro antes pode ser uma boa saída. “É interessante ir com o valor contado. Quando o consumidor está no meio da loja querendo comprar algo legal,  o cartão, tanto débito quanto crédito, pode ser um impulso para gastar mais.”

    Com o fim de ano, muitas pessoas começam a planejar mudanças para 2019. Para a economista, é interessante já colocar o Natal de 2019 nessas metas.”Já começar a se planejar para o Natal do ano que vem para comprar presentes legais e com tranquilidade”, completa ela.

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