O percentual de pessoas que conhecem alguém que perdeu emprego no último ano atingiu 72% em março, segundo pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) junto ao Instituto Ipsos Public Affairs. Em março de 2016, o percentual era de 58%.
No mesmo período, subiu de 21% para 31% o número de pessoas que conhecem alguém que perdeu emprego e ainda não conseguiu recolocação.
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,2% no trimestre encerrado em fevereiro de 2017, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Isso representa um contingente recorde de 13,547 milhões de pessoas desempregadas.
Entre os entrevistados que estão empregados e temem ficar desempregados, houve aumento dos que desistiram de contrair novas dívidas ou estão tentando reduzir seu endividamento: de 44% em 2016 para 61% em 2017.
A pesquisa também identificou uma redução no número de pessoas que conseguiram mudar seus hábitos de consumo para economizar: de 25% para 13%.
Para a Fiesp, isso mostra que os brasileiros não conseguem reduzir ainda mais seu nível de consumo atual, que já está em patamar baixo por conta da crise econômica.
“Essa mudança de hábito de consumo das famílias é natural, apesar de ser ruim para a demanda. É um comportamento visto principalmente por quem passou por dificuldades. O consumidor está arredio a voltar a hábitos anteriores. É uma sociedade que está atemorizada quanto à ocupação”, analisa Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp.
Quanto ao futuro, 38% dos brasileiros acreditam que a situação do emprego em 2017 continuará ruim e 37% sustentam esperança de melhora. A pesquisa ouviu 1.200 pessoas.