Nova Mulher-Gato, icônica personagem do universo do Batman, Zoë Kravitz ganhou elogios por sua atuação ao lado de Robert Pattinson na nova aventura do herói. A atriz, porém, já havia tentado entrar para o mundo do homem-morcego, mas teria sido impedida por ser negra. Em entrevista ao jornal britânico The Observer, Kravitz afirmou que foi rejeitada em um teste de elenco para o longa de 2012 Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de Christopher Nolan. A atriz conta que foi classificada como muito “urbana” para o papel. Nos Estados Unidos, o termo urbano é costumeiramente associado à comunidade negra de maneira pejorativa — especialmente para categorizar de forma excludente artistas negros. Isso porque, em 1949, projetos de revitalização urbana no país apresentavam medidas para desapropriar favelas, locais estes que eram habitados majoritariamente por pessoas negras. A palavra gera discussões até hoje. Em 2020, por exemplo, o Grammy baniu o uso do termo urban do nome das categorias da premiação.
Em entrevista à revista Nylon, em 2015, a nova Mulher-Gato disse que, na época, fazia teste para uma personagem menor em O Cavaleiro das Trevas Ressurge. “Falaram que eu não poderia fazer testes para esse pequeno papel, pois estavam buscando uma atriz que não fosse ‘urbana demais’. Na época, pensei, ‘O que isso tem a ver?’ Quer dizer, basicamente eu só iria dizer ‘Oi’ para o Batman.”
Kravitz não sabe se a rejeição veio diretamente de Nolan e não fez críticas ao diretor. “Acho que provavelmente foi algum diretor de elenco, ou um assistente de diretor de elenco… Ser uma mulher negra, atriz e ser informada naquela época que eu não era apta ao papel por causa da cor da minha pele, e a palavra ‘urbana’ sendo jogada assim, foi realmente difícil naquele momento”, contou.
Passaram-se anos até surgir uma nova oportunidade para fazer parte dos filmes do Batman. Zoë Kravitz foi escalada para o longa de Matt Reeves em outubro de 2019. Batman dominou a bilheteria brasileira em sua estreia e também tem causado furor nos Estados Unidos.