Uma das regiões mais importantes do apogeu da história antiga, a Itália ainda surpreende o mundo com suas ruínas até hoje. Desta vez, a descoberta é o teatro do imperador romano Nero — também ator —, que ficou no poder entre os anos 54 e 68 depois de Cristo. Até então, o edifício era conhecido apenas por referências catalogadas em textos encontrados da época. A escavação chegou aos escombros a partir do jardim de um palácio que, em breve, deve se tornar uma unidade da franquia hoteleira Four Seasons.
Arqueólogos pesquisam a área desde 2020 graças às reformas pretendidas no Palazzo della Rovere, uma construção renascentista que ocupa um quarteirão de Roma e é da posse da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, que o aluga para o acúmulo financeiro do Vaticano. Segundo pesquisadores, a descoberta “excepcional” proporciona um raro acesso à história romana desde o Império até o século XV, período do qual pouco se sabe. Dos escombros, foram recuperados cálices de vidro colorido do século 10 e peças de cerâmica.
The ruins of Nero’s Theater, an imperial theater referred to ancient Roman texts but never found, have been discovered under the garden of the future Four Season’s Hotel, steps from the Vatican, after excavating the walled garden of the Palazzo della Rovere since 2020, as part of… pic.twitter.com/rSrjUiGKeL
— Ticia Verveer (@ticiaverveer) July 27, 2023
Segundo a arqueóloga-chefe da escavação, Marzia di Mento, em entrevista ao The Guardian, apenas sete cálices da era haviam sido encontrados até agora — no teatro, mais sete unidades foram descobertas. O reconhecimento dos escombros foi realizado a partir das colunas de mármore e pedaços de gesso adornados com folhas de ouro, que condizem à descrição registrada por Plínio, o Velho, autor, filósofo e militar contemporâneo a Nero.
Os itens descobertos serão destinados a um museu não definido, já as ruínas da estrutura serão cobertas novamente assim que a escavação chegar ao fim. As reformas para o hotel Four Seasons devem continuar, e a inauguração é prevista para o Jubileu de 2025, quando milhões de fiéis viajam para Roma e o Vaticano.