Sylvester Stallone ficou eternizado no cinema, claro, graças a papeis como o do boxeador Rocky e do veterano de guerra Rambo. Mas o que poucos sabem é que, antes dos longas cheios de pancadaria, Stallone experimentou um ofício inusitado que perdura até os dias de hoje — o de pintor. A “arte brucutu” produzida por ele desde o final dos anos 1960 ficará em exposição na mostra Sylvester Stallone: The Magic of Being, que acontecerá até 20 de fevereiro de 2022 no Osthaus Museum, na cidade de Hagen, Alemanha.
Em 2013, algumas das telas de Stallone foram exibidas no museu estatal russo de São Petersburgo. Em 2015, foi a vez de a França fazer uma mostra de seu trabalho no Musée d’Art Moderne et d’Art Contemporain, em Nice (não é um Louvre, mas oh là là, é um museu francês). A retrospectiva que está em cartaz hoje na Alemanha é a mais completa de sua obra. “É uma honra incrível ter meu trabalho pendurado aqui, ao lado de alguns dos maiores artistas do mundo. Este mundo de galeria ainda é um mundo muito novo para mim”, disse Stallone ao jornal americano The Hollywood Reporter.
As atividades como pintor começaram na juventude. Suas principais inspirações, que podem ser vistas nas primeiras telas, foram trabalhos experimentais dos chamados “pintores de ação”, como Willem de Kooning e Jackson Pollack. No começo, ele assinava com o nome de “Mike Stallone”. A estrela de Rambo só decidiu não viver de sua arte quando viu que seus primeiros trabalhos não vendiam. “Eu costumava vendê-los por US $ 5 para conseguir passagem de ônibus”, conta. A partir de então, a carreira no cinema tornou-se sua primeira opção — e, como se sabe, deu tremendamente certo.
Com o tempo, os quadros de Stallone passaram a refletir seus trabalhos como ator. Muitas das obras têm como tema os longas de Rocky e Rambo, por exemplo. O personagem Rocky, inclusive, surgiu primeiro em meio à tinta antes de ir para os cinemas. Em Finding Rocky, obra de Stallone de 1975, ele representou o personagem de um boxeador oprimido que conseguiu a chance de ficar famoso no filme que sairia no ano seguinte. Quem disse que os brucutus não são sensíveis?
Sylvester Stallone durante abertura da exposição ‘Sylvester Stallone: The Magic of Being’, na Alemanha.