O diretor Terry Gilliam encara mais um obstáculo diante de seu filme The Man who Killed Don Quixote – ou melhor, seu ex-filme. O tribunal francês que liberou a primeira exibição do longa durante o Festival de Cannes deste ano reverteu a decisão, decretando que os direitos da produção são do produtor português Paulo Branco, que processou Gilliam por quebra de contrato. Segundo a revista The Hollywood Reporter, a corte francesa ainda definiu uma multa de 10.000 euros (cerca de 45.000 reais), que deverá ser paga pelo cineasta a Branco.
O produtor português entrou com um processo na Justiça da França pedindo que a adaptação da obra de Miguel de Cervantes não fosse exibida em Cannes, e que fosse cancelado seu lançamento pelo mundo. Gilliam, contudo, ainda terá o direito de distribuir o filme.
O episódio prolonga um pouco mais a “maldição” que atinge há quase duas décadas The Man who Killed Don Quixote. Em 2000, Gilliam precisou interromper as filmagens, na época com Jean Rochefort, Johnny Depp e Vanessa Paradis, por causa de uma série de infortúnios, como inundações no set de gravação e uma hérnia de disco sofrida pelo já falecido ator francês. Ele tentou reviver o projeto em várias ocasiões, mas deparou com a falta de financiamento.
Branco e sua produtora, a Alfama Films, entrariam com o dinheiro necessário. Gilliam garante que o investimento prometido não aconteceu. Enquanto Branco afirma o contrário e possui um contrato em que o cineasta lhe concedeu os direitos do longa – em troca do financiamento.
Pouco antes da exibição do filme no Festival de Cannes, Gilliam sofreu um AVC, que quase o impediu de participar da estreia.