A escritora Roseana Murray, 73 anos, autora de centenas de livros infantojuvenis, foi atacada por três pittbulls nesta sexta-feira, 5, enquanto caminhava no bairro de Gravatá, no município fluminense de Saquarema. Roseana teve ferimentos graves na cabeça e nos braços, e foi levada de helicóptero para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, onde permanece em estado grave.
Segundo uma amiga da escritora, ela foi arrastada por pelo menos cinco metros e teve um dos braços arrancados pelas mordidas dos cães. Além do membro, Roseane também perdeu uma das orelhas por conta da gravidade do ataque, informou o Hospital. Vizinhos da escritora ainda relataram que os cachorros já atacaram outras pessoas na região, mas não com essa gravidade. O responsável pelos animais foi levado para a delegacia, e o caso foi registrado como lesão corporal, omissão na cautela e maus tratos.
Roseana Murray nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Formada em Literatura Francesa, ela começou a escrever poesias voltadas para o público infantil em 1980, com o livro Fardo de Carinho, inspirado por Cecília Meireles. Desde então, não parou mais: ao longo da carreira, publicou mais de 100 livros, e acumula prêmios no universo literário — entre eles o Prêmio da Academia Brasileira de Letras de Literatura Infantojuvenil pelo livro Jardins, em 2002.
Ativa nas redes sociais, ela compartilha quase que diariamente com o público sua devoção pelos livros e pela escrita, trazendo sensibilidade para a rotina com textos poéticos. “Já me disseram que sou uma fábrica de poesia, e sou, porque para existir preciso escrever quase o tempo todo”, proclamou em uma publicação no Instagram que traz uma foto de seus livros mais recentes, entre eles Dançam Porque Não Podem Voar e De Malas Abertas, publicados pela Elo Editora.
Devotada às crianças, Roseana recebe com frequência turmas escolares para contar histórias em um projeto batizado de Café, Pão e Texto, onde a poesia é apreciada pelos pequenos. “Adoro essa faixa de idade, entre 9 e 10 anos. São curiosos, ainda se assombram, se divertem com pouca coisa e logo ao chegar, foram brincar de pique no jardim. Ouvi a frase: ‘estou me sentindo no céu!!!’“, escreveu sobre um dos encontros na rede, finalizando: “quando as crianças vão embora, deixam na casa um rastro luminoso de alegria”.