A pandemia da Covid-19 obrigou as produtoras de filmes e séries a adotarem protocolos rígidos de segurança para retomar as gravações. Segundo Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, ao lado de Reed Hastings, as novas regras adotadas pelo streaming na gravação de suas produções, ao contrário do que era esperado, estão economizando tempo de gravação e até dinheiro. Um modelo que promete deixar um legado para a pós-pandemia “No geral, não tem sido um período tão difícil financeiramente”, contou em entrevista dada durante o Mipcom, evento virtual em que recebeu o prêmio Variety Vanguard Award.
Segundo ele, boa parte dos conteúdos originais da plataforma, como as séries The Witcher e Sex Education, já retomaram os trabalhos e os sets de gravação tornaram-se mais eficientes à medida em que adaptaram-se à nova dinâmica de trabalho. “As pessoas têm seguido os protocolos de segurança e, por isso, as gravações têm fluido de maneira tranquila, o que fez com que economizássemos alguns dias de filmagem. As gravações são mais curtas, os sets são melhor conduzidos, há menos pessoas envolvidas e isso faz com que o fluxo funcione dentro do tempo previsto”, analisou.
Para além do tempo reduzido, Sarandos ainda contou que, por causa das medidas de proteção contra a Covid-19, as pessoas têm se cuidado mais e, como consequência, ficam menos doentes, o que gera “benefícios financeiros inesperados” à empresa. “Estamos na temporada de gripe e as medidas de segurança contra a Covid também previnem que as pessoas fiquem gripadas com a mesma frequência que antes, o que nos fazia perder dias de filmagem”, explicou ele, complementando que os países com governos que levaram a pandemia a sério, como a Coreia do Sul, já retomaram produções e todas as formas de trabalho essenciais. O lado negativo, segundo ele, é a falta que sente das visitas aos sets de gravações, proibidas afim de evitar aglomerações desnecessárias.
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