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Priscilla Alcântara, do gospel ao posto de nova sensação do pop nacional

Vencedora do The Masked Singer Brasil, cantora alcançou a marca de 10 milhões de reproduções com novo disco

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 nov 2021, 11h38
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  • Virtualmente desconhecida para alguns, e estrela do gospel para tantos outros, a cantora Priscilla Alcântara, 25 anos, cravou de vez seu nome no cenário da música pop este ano. Vencedora do The Masked Singer Brasil, programa sucesso de audiência na rede Globo, a jovem de Itapecerica da Serra, SP, passou três meses se apresentando com uma elaborada fantasia de unicórnio. Mesmo sem revelar sua identidade – a proposta do programa é justamente levar o público a descobrir quem é a voz por trás do figurino –, Priscilla, com seu característico vozeirão, foi a primeira e principal aposta entre os espectadores e os jurados, bancada formada pelos atores Rodrigo Lombardi, Taís Araújo e Eduardo Sterblitch e a cantora sertaneja Simone.

    O reality coroou uma nova fase para Priscilla, que já havia anunciado a mudança de ares do filão gospel para o competitivo pop. A transição levantou críticas do setor evangélico, mas a aceitação de seu novo disco, Você Aprendeu a Amar?, vai bem, obrigada. Lançado em 22 de outubro pela Sony – mesma semana em que ela saiu vitoriosa do reality – o álbum bateu 10 milhões de reproduções de suas faixas em menos de um mês no Spotify. O clipe da primeira música de trabalho, Você É um Perigo, passou de 3 milhões de visualizações no YouTube, ficando entre os cinco mais vistos na plataforma de vídeos na estreia. A VEJA, Priscilla fala sobre a nova fase, a amizade com celebridades como Bruna Marquezine, e um novo retorno à TV.

    Seu novo disco saiu na mesma semana em que você ganhou o The Masked Singer Brasil. Como foi alinhar essa agenda? Foi um pouco graças ao acaso. O álbum estava pronto desde dezembro do ano passado. Mas como eu fiz essa transição de mercado, então tinha muita coisa para resolver. Não era só deixar o álbum pronto e lançar, haviam questões burocráticas dentro da gravadora, nas estratégias de marketing. Enfim, ai fomos adiando, adiando, até que recebi o convite para o programa. Na hora me deu esse clique e decidimos segurar até o momento em que eu saísse do programa. Graças a Deus eu saí só na final.

    A decisão de trocar o gospel pelo pop movimentou críticas entre alguns evangélicos. Como lidou com isso? Crítica acontece até quando a gente respira, né (risos)? Se a gente respira de um jeito diferente do que a outra pessoa acredita ser o certo, já era. Mas eu nunca vi essa mudança como uma troca, mas sim como a conclusão de um ciclo. Eu passei muito tempo vivendo um ciclo que foi incrível, desbravando o universo da música gospel. Foi um ciclo bem vivido e que chegou ao fim para dar lugar a algo novo. No futuro, talvez eu tenha que concluir essa fase e iniciar outra. Tenho esse desejo de viver coisas novas.

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    Durante o programa, o Rodrigo Lombardi tinha certeza que era você na fantasia do unicórnio. Entre os muitos elogios, ele disse que você era a melhor cantora do Brasil. Como foi ouvir esse tipo de comentário? Nossa, ele foi muito querido comigo. Ele realmente era um fã, e eu não sabia. Depois abri as mensagens do meu Instagram e tinha uma dele de muito tempo atrás e eu não tinha visto (risos)! Os comentários que ele fazia vinham de um lugar muito genuíno e isso me deixava bastante feliz. Depois do último programa, na hora de ir embora, a gente entrou no mesmo elevador sem querer. Foi um momento que eu pude, sem a cabeça de unicórnio, né, agradecê-lo. Demos um abraço e prometemos ser amigo para sempre.

    Você é amiga de celebridades jovens, como Bruna Marquezine e Sasha, que também frequentam igrejas evangélicas. Você de alguma forma as aconselha em questões de fé? Temos uma troca muito honesta e genuína. Eu não sirvo só como um amuleto ou algo do tipo, mas é de fato uma troca. Acho que eu tenho buscado ajuda nelas mais do que o contrário. É algo que vai além do espectro da fé. A gente fala sobre tudo. São pessoas que me inspiram muito na questão da fé, por serem muito puras ao exercer essa fome.

    A TV aumentou muito seu alcance. Como lida com essa nova fase da fama? Eu fiz TV na infância, por quase dez anos, então eu senti novamente esta força participando do The Masked Singer, mas nada muda, porque eu estou bem acostumada a lidar com a mídia e o público. Tenho uma família muito bem estruturada que sempre me educou de uma forma positiva para lidar com essas coisas, para que não interfiram no meu modo de me ver, de ver o próximo e de ver a vida.

    Tem planos para voltar à TV? Sim, tem algo concreto que em breve a galera já vai saber. Sempre falei da minha vontade de voltar para TV. Mas eu sabia que precisava encontrar um momento para não desfocar da música, que é o meu grande sonho. Então, como estou vivendo o que sempre quis, acho que esse momento chegou. Em breve terei esse segundo emprego aí, ser apresentadora e cantora ao mesmo tempo.

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    Na Globo? Quem sabe (risos). Existem conversas acontecendo e não vai demorar para a galera saber.

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    Atualmente, a relação da política com os evangélicos ficou muito próxima, o que tem levantado diversos debates. Você não costuma se posicionar neste assunto. Por que? Eu tenho muito cuidado em saber quando é a hora de falar. Não gosto de fazer isso só porque todo mundo tá gritando, pois corro o risco da minha voz ou não ser ouvida ou ser mal interpretada. Então eu procuro usar a minha própria plataforma e a minha arte com sabedoria para poder falar de coisas que são importantes, sobre os meus posicionamentos, sobre o que considero relevante.

    O que é relevante para você? Para mim, são relevantes as lutas contra o preconceito. A busca pelo diálogo, a empatia, o respeito, que trariam mais harmonia pra uma sociedade plural e diversa. Se aprendermos a lidar com as diferenças, vamos progredir de uma forma muito maior.

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    Quando diz isso, você quer dizer sobre causas gays? Um tema controverso entre religioso.  Sim, é um assunto que sempre provoca um embate. É totalmente necessário falarmos sobre isso. Existem pessoas que morrem da comunidade LGBTQI+  todos os dias. É necessário que a sociedade como um todo lute para que isso deixe de acontecer. Minorias, pessoas em vulnerabilidade, proteger a dignidade do nosso próximo, são assuntos que me tocam.

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