Exibido na Mostra Venice Days, no Festival de Veneza 2021, o filme brasileiro Deserto Particular, do diretor Aly Muritiba, conquistou no sábado, 11, o Prêmio do Público BNL. Ovacionado após sua exibição no evento, o longa ainda arrebanhou elogios na imprensa internacional e chegou a estampar uma capa especial da revista americana Variety. Tamanha visibilidade coloca a produção, ambientada entre Curitiba e o sertão baiano, na dianteira pela chance de representar o Brasil no Oscar 2022.
“Qualquer cinéfilo e admirador do cinema, que se torna um realizador de cinema, sonha, em algum momento, em concorrer ao Oscar. Faz parte do nosso imaginário”, diz Aly Muritiba a VEJA. “Não faço filmes para premiações, mas ter a oportunidade de celebrar nosso trabalho é maravilhoso. Se for na maior festa do cinema mundial, será incrível.”
A campanha está só começando. Deserto Particular ainda será exibido em outros festivais internacionais, o que deve aumentar sua popularidade. Se passar pelo crivo da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, que elege o filme representante do Brasil na disputa pelo Oscar, a produção, em seguida, será avaliada pela Academia de Hollywood, lado a lado com os longas indicados por outros países. Por fim, cinco títulos disputarão de fato a estatueta de melhor filme internacional da premiação.
No ano passado, o escolhido pela Academia Brasileira foi o documentário Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz. A produção, infelizmente, não entrou para os indicados finais. Central do Brasil, em 1999, foi o último longa nacional a conseguir uma vaga na disputa pelo prêmio de filme internacional do Oscar – o mais recente indicado do Brasil, contando com as demais categorias, foi Democracia em Vertigem, como melhor documentário, em 2020.
Na trama de Deserto Particular, Daniel (Antonio Saboia) é um policial curitibano que se relaciona à distância com Sara, uma moça do sertão da Bahia que, de repente, para de respondê-lo. Daniel, então, cruza o país para encontrá-la.