“Está bombando, que balada”, disse Paul McCartney, em bom português, próximo ao fim do show em São Paulo, na noite deste domingo. A frase foi uma das muitas ditas por ele no nosso idioma que arrancou gargalhadas da plateia, entre termos como “manos e minas” e uma leve dificuldade em pronunciar “recente”. A palavra veio antes de anunciar a canção FourFiveSeconds, parceria com Rihanna e Kanye West, entoada por ele com bom humor – com direito a uma leve imitação do tom de voz do rapper. Aliás, a música foi um termômetro que denunciou o maduro público presente. Poucos entoaram juntos a faixa conhecida pelos fãs da cantora pop. Enquanto os hits antigos foram gritados a plenos pulmões.
“Vamos voltar no tempo”, avisou McCartney (também em português) antes de In Spite of All the Anger, de sua primeira banda com John Lennon, The Quarrymen. O clima retrô reinou em mais da metade da apresentação.
A começar pela abertura, que emendou composições da época dos Beatles e do Wings, com a sequência A Hard Day’s Night, Junior’s Farm, Can’t Buy Me Love, Jet, Drive My Car, Let Me Roll It e I’ve Got a Feeling.
O clima foi quebrado quando ele assumiu o piano para tocar a bela My Valentine. “Escrevi essa música para minha querida esposa Nancy, que está aqui hoje”, disse, lendo o texto em português.
Outra teia enérgica veio com os hits Love Me Do, And I Love Her e Blackbird, assim como a tríade infalível próxima do bis, formada por Let It Be, Live and Let Die e Hey Jude – músicas que ajudaram a poupar a já rouca voz do cantor, que penou em alguns momentos, mas foi compensada por sua energia e carisma no palco.
Entre uma canção e outra, McCartney celebrou os ex-colegas do quarteto de Liverpool e homenageou Jimy Hendrix . Para o bis, o britânico entoou quase sem pausas as também clássicas Yesterday, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Helter Skelter, Birthday, Golden Slumbers, Carry That Weight e The End.
Paul agora segue para Belo Horizonte, onde se apresenta no dia 17, terça-feira, e para Salvador, com um show na sexta, dia 20.