Impossível não associar Beatriz Segall, que morreu nesta quarta-feira aos 92 anos em São Paulo, à imagem da vilã Odete Roitman, megera que ela interpretou na novela da Globo Vale Tudo (1987). Esnobe, a malvada é lembrada até hoje por suas frases desancando o Brasil e os brasileiros e seu desprezo por gente pobre. Mas a atriz, além de uma extensa carreira no teatro, também deu vida a outras personagens marcantes na televisão. Relembre abaixo alguns dos papéis de Beatriz:
Celina — Dancin’ Days (1978)
Beatriz estreou na Globo nessa novela de Gilberto Braga, interpretando a rica herdeira de uma família tradicional de diplomatas. Era casada com Franklin (Cláudio Corrêa e Castro) e mãe de Cacá (Antonio Fagundes) e Beto (Lauro Corona), que sofriam com as constantes intromissões em suas vidas por parte dos pais. A personagem, apesar de ter agradado ao público, acabou sendo morta em um acidente de carro.
Norah — Pai Herói (1979)
A atriz tanto agradou em sua estreia na Globo que logo foi escalada para outra trama, Pai Herói, de Janete Clair, que substituiu Dancin’ Days no horário das 8. Desta vez, deu vida a uma viúva que havia se apaixonado por seu cunhado, Horácio (Emiliano Queiroz), com quem passou a viver um romance em segredo.
Lourdes — Água Viva (1980)
No folhetim das 8 de Gilberto Braga e Manoel Carlos, Beatriz interpretava Lourdes, a dona de uma empresa de organização de festas. Na verdade, era uma aristocrata falida que tentava manter a aparência de ricaça jantando em restaurantes chiques e convivendo com pessoas da alta sociedade, como a milionária Stella (Tônia Carrero). Malvada e esnobe, tentava a todo custo colocar um ponto final no romance do filho, Marcos (Fábio Jr.), com Janete (Lucélia Santos), já que a moça é de família humilde. Sua intenção era juntar o rapaz com Sandra (Gloria Pires), filha de um rico cirurgião.
Penélope Brown — Barriga de Aluguel (1990)
A personagem, chamada também de Miss Brown durante a trama de Gloria Perez, era uma cientista especialista em genética. Idealista, a pesquisadora acreditava no poder da inovação e era grande entusiasta da experimentação genética. Seu papel era especialmente importante para o folhetim por propor discussões sobre ética e inseminação artificial, o tema da novela. A personagem acabou resgatada para uma participação em uma trama posterior de Gloria Perez, O Clone (2001), que também tratava de ética na medicina, mas dessa vez em discussões sobre a clonagem humana.
Yolanda — Os Experientes (2015)
O último papel de Beatriz na TV foi o da médica Yolanda, de 85 anos. O episódio de abertura da série sobre a terceira idade escrita por Marcio Alemão Delgado e Antônio Prata e dirigida por Fernando Meirelles e Quico Meirelles mostrava um assalto a um banco que dava errado. A execução do crime não sai como planejado e Yolanda, que estava no local como cliente, acaba tendo que operar, no improviso, um dos bandidos, atingido por um tiro disparado pelo segurança do banco.