Um dos grandes mistérios da história da literatura, a morte do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973), ganhou um novo episódio. Uma análise forense sugere que o Nobel da Literatura morreu envenenado, corroborando uma longa suspeita de que ele teria sido assassinado. Há dez anos, o corpo do poeta foi exumado após o depoimento de um antigo motorista do escritor. Segundo ele, Neruda lhe telefonou do hospital afirmando que havia recebido uma injeção suspeita no estômago enquanto dormia. O autor morreu horas depois.
Sua morte foi classificada oficialmente como uma consequência do câncer de próstata e desnutrição. A suspeita é de que Neruda teria sido assassinado a mando de alguém ligado ao ditador Augusto Pinochet, que deu um golpe militar no país doze dias antes da morte de Neruda, o qual se opunha ao mandatário.
Segundo Rodolfo Reyes, sobrinho do autor que divulgou os dados, cientistas encontraram na ossada uma toxina produzida pela bactéria clostridium botulinum, que causa botulismo. “Encontramos a bala que matou Neruda, estava dentro de seu corpo. Quem a disparou? Em breve vamos descobrir”, disse Reyes à agência EFE. Uma análise oficial sobre o resultado ainda não foi divulgada.