No dia 21 de outubro, Alec Baldwin atingiu acidentalmente a diretora de fotografia Halyna Hutchins com um tiro fatal. Passados 15 dias, uma reportagem do The Hollywood Reporter teve acesso ao orçamento do projeto e revelou, na quinta-feira, 4, que 17.500 dólares foram gastos no aluguel de armas para a gravação de Rust, além de outros 5.000 dólares na compra de munição (somados os dois valores, seria o equivalente a 125.000 reais, segundo a cotação desta sexta-feira, 5).
O filme independente tinha orçamento de 7,3 milhões de dólares — um valor baixo, mas crível, segundo análise de uma fonte especializada ouvida pelo jornal. Deste total, 650.000 dólares estava destinado ao pagamento dos produtores — 250.000 para Baldwin, entre atuação e produção — e 350.000 como um valor de contingência, “caso algo desse errado.” “Não sei por que eles precisavam de seis produtores cobrando taxas. Eles estariam caindo uns sobre os outros se estivessem todos realmente no set. Mas não é algo inédito,” aponta o analista.
Joel Souza, atingido no ombro pelo tiro, receberia 221.872 dólares pela direção, enquanto Halyna teria um salário de 48.945 dólares. O primeiro assistente do diretor, Dave Halls, que entregou a arma a Baldwin, receberia 52.830 dólares e a armeira Hannah Gutierrez-Reed ficaria com 7.913, um valor bem abaixo dos demais, mas condizente com a remuneração adotada para a função em filmes com orçamentos entre 2,75 milhões a 7,5 milhões.
Horas antes do acontecido, ao menos sete funcionários deixaram o projeto reclamando de falta de segurança no manejo das armas, más condições de trabalho e atrasos de pagamento. Uma das queixas era que a equipe teria sido alocada em hotéis baratos há uma hora de distância do local, enquanto os produtores desfrutavam de privilégios maiores. Segundo o orçamento, uma quantia de 25.000 dólares foi separada para cobrir as despesas de hotel com os cinco produtores, enquanto 95.200 foi destinado ao restante da equipe, cobrindo 21 pessoas. Na comparação per capta, os produtores ficam com cerca de 500 dólares a mais.
Segundo a publicação, o orçamento não reflete a redução de impostos que o longa teria recebido do estado do Novo México, que oferece incentivos fiscais que variam de 25% a 35% dos custos de produção de filmes no estado. Também não estava previsto uma apólice de seguro para cobrir as perdas caso o filme não fosse finalizado, o que normalmente custaria cerca de 2% do orçamento. Uma fonte próxima à equipe ainda informou que, até o momento, os produtores não cobraram os valores prometidos pelo trabalho.