Atacado em Nova York nesta sexta-feira, 12, Salman Rushdie foi jurado de morte em 1988 pelo então líder do Irã, o aiatolá Khomeini. Na ocasião, o líder religioso à frente da teocracia xiita que governa o país desde 1979 emitiu uma fatwa, um decreto baseado nas leis islâmicas – nesse caso, conclamando qualquer muçulmano no mundo a cumprir a sentença de morte contra o autor de Os Versos Satânicos, obra considerada uma blasfêmia pelos muçulmanos radicais. A fatwa funciona como um pronunciamento legal feito por qualquer especialista em lei islâmica para sanar dúvidas sobre como proceder em determinada situação.
Em conversa com VEJA em 2010, durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), Salman Rushdie revelou que se preparava para lançar um livro contando sobre os anos que viveu sob os riscos da fatwa. “É preciso escrever sobre isso, não posso silenciar”, declarou o escritor, que àquela época já estava havia dez anos recluso e sob escolta de guarda-costas. O livro autobiográfico saiu em 2012.
Até a publicação desta reportagem, não se sabia dos detalhes sobre o autor do ataque e se o ato foi motivado pela fatwa.