O confuso caso do quadro de Van Gogh vendido três vezes em leilão
Família dona da obra ameaçou levar o caso à Justiça se necessário
Anunciado como o quadro de Vincent Van Gogh que há 100 anos não era visto pelo público, a pintura Scène de rue à Montmartre (Cena de rua em Montmartre) acabou envolvida em uma confusão. Levada a leilão em Paris na semana passada, a obra foi adquirida por três compradores diferentes, com valores distintos, no espaço de uma hora.
Estimada inicialmente entre 5 a 8 milhões de euros (entre 34 e 54 milhões de reais), a misteriosa obra datada de 1887 foi confiada à casa de leilão Sotheby’s, que organizou uma venda on-line mundial, por causa da pandemia. O novo sistema, antes acostumado a compradores presenciais ou por telefone, provocou celeuma na hora do leilão.
Uma disputa entre dois compradores, ambos por telefone, terminou com um lance de 13 milhões de euros (88 milhões de reais), com direito a martelo e o anúncio de “vendido”. Logo em seguida, os organizadores se retrataram, dizendo que uma oferta on-line ofereceu 14 milhões (95 milhões de reais). Novamente, o martelo bateu e o quadro foi vendido para o comprador da internet. Passados 30 minutos, a casa de leilão reabriu a venda da obra sem explicações e um cliente de Londres, via telefone, adquiriu a pintura por 11,25 milhões de euros (76,5 milhões de reais).
Segundo o site especializado The Art Newspaper, ao entrar em contato com o segundo comprador da obra, que fez o lance on-line, a casa de leilão recebeu uma resposta negativa. O comprador que não foi identificado disse que tudo foi um engano e que não tinha condições de pagar pelo quadro.
Quem não gostou da confusão foi a família dona da obra, que preferia as ofertas anteriores maiores que do terceiro comprador. De acordo com o jornal, os antigos donos afirmaram que não vão sair no prejuízo e podem até acionar a Justiça se necessário. Até o momento, nem a família nem a casa de leilão deram novos depoimentos sobre o caso.