Vítima de um ataque hacker desde 7 de outubro, a Record não informou os funcionários sobre o que está acontecendo nos servidores internos da empresa, preferindo fingir que nada aconteceu. VEJA apurou que a emissora de Edir Macedo não emitiu nenhum comunicado para orientar os colaboradores, mas ordenou que algumas equipes, principalmente aquelas que alimentam o site R7, trabalhassem em home office. Na redação da TV, o clima também é de incerteza e trabalho redobrado. Como os criminosos acessaram o sistema digital da Record, limitando o acesso a certas ferramentas importantes, os funcionários responsáveis por colocar telejornais e programas no ar precisam operar de forma manual, mais lenta, refazendo conteúdo que já estava pronto e na nuvem. Com isso, boa parte dos funcionários relata exaustão.
O primeiro ataque sofrido pela Record foi sentido em 8 de outubro, quando o telejornal Fala Brasil precisou ser substituído pela série Todo Mundo Odeia o Chris porque o sistema usado para editar e transmitir o informativo foi “sequestrado” pelos hackers. A programação só voltou a ser ao vivo com o adiantamento de Escola do Amor, apresentado por Cristiane Cardoso, filha de Macedo, e seu marido, Renato Cardoso. O sinal de internet da empresa toda também acabou cortado momentaneamente na ocasião, levando à dispensa de funcionários. Na tarde daquele sábado, o Balanço Geral SP, comandado por Geraldo Luís, também foi prejudicado ao não conseguir reproduzir uma reportagem especial sobre Chacrinha (1917-1988).
Os dominicais Hora do Faro e Domingo Espetacular também tiveram problemas nos últimos dois fins de semana, além de sites da emissora terem sofrido instabilidade. Alguns grupos hackers assumiram a autoria dos ataques e exigiram 45 milhões de resgate pelo sistema digital da emissora, que não efetuou o pagamento. Dados da Record, então, foram vazados na internet como forma de ameaça.
Procurada por VEJA, a Record ainda não se manifestou sobre o assunto.