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No embalo da Covid-19, drive-ins ressuscitam para shows e eventos no país

Iniciativas para resgatar essa velha forma de entretenimento mobilizam desde Luan Santana até empresa que pretende ocupar estacionamentos de shoppings

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2020, 16h57 - Publicado em 14 Maio 2020, 16h48
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  • O tradicional cinema drive-in, que até questão de meses atrás era considerado apenas uma curiosidade arqueológica, ressuscitou com a pandemia do coronavírus. Depois dos Estados Unidos e da Ásia, artistas e empresas movimentam-se para reabilitar também no Brasil esse formato razoavelmente seguro de lazer – e uma nada absurda alternativa para as empresas de entretenimento voltarem a faturar. Mesmo sem uma data certa para o fim das medidas de distanciamento social, já existem pelo menos três projetos de eventos em drive-ins no país.

    Um deles será capitaneado pelo cantor Luan Santana. Após duas lives caseiras, o próximo passo do sertanejo será organizar um show ao vivo com fãs, devidamente abrigados dentro de seus carros. A iniciativa, que ainda não tem local definido para ocorrer, está sendo estudada pela equipe do cantor. A previsão é que o show aconteça no final de junho. Até lá, Santana avaliará como estará o quadro da doença no país, podendo adiar o projeto até que seja seguro realizá-lo.

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    Cinema drive-in nos Estados Unidos: popularidade na pandemia (Chris Pizzello/AP/VEJA)

    Enquanto isso, estacionamentos de shoppings do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte estão na mira da empresa Dream Factory (organizadora do Rio Montreux Jazz e do show de abertura da Copa América). O plano da companhia é usar, a partir de julho, os estacionamentos vazios como palcos para exibições de filmes, shows, apresentações culturais e até palestras. Com o aval das autoridades, a empresa estima que poderia receber, ao longo de três meses, até 2 milhões de pessoas.

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    A ideia, segundo os organizadores, é cobrar ingressos por carro, independente da quantidade de pessoas por veículo, sendo possível pedir comida por delivery ou comprar de ambulantes – muitos, aliás, perderam a fonte de renda após o fim das atividades ao ar livre. O cinema, é claro, será a atração principal, exibindo lançamentos — muitos filmes foram adiados pela pandemia, mas alguns estúdios planejam o retorno dos lançamentos a partir de julho.

    Também no Rio de Janeiro, outra proposta de drive-in vem da casa de shows Jeunesse Arena, que criou o projeto Love Cine Drive-In Theater. O local prevê usar o estacionamento entre 28 de maio e 28 junho para receber as pessoas que quiserem assistir, de dentro do carro, a filmes em uma tela gigante.

    O drive-in fez bastante sucesso no Brasil nos anos 1980 e 1990. Depois disso, o nome passou a ser associado a motéis automotivos. Um dos poucos sobreviventes no Brasil, dentro da fórmula original, é o Cine Drive-in de Brasília. Inaugurado em 1973, o cinema ao ar livre até virou filme, em 2015: O Último Cine Drive-In (disponível na Netflix). Recentemente, o negócio voltou ao gosto do público nos grandes centros ao redor do mundo, em projetos itinerantes. A chegada da pandemia foi o empurrão que faltava para seu revival.

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