Natalie Portman respondeu às críticas de Rose McGowan, que a acusou de ser “uma fraude” por seu protesto silencioso no Oscar, quando usou uma capa bordada com sobrenomes de diretoras que não foram indicadas ao prêmio. A atriz vestiu a carapuça e aceitou a alfinetada da colega de profissão. “Não posso ser chamada de ‘corajosa’ por usar uma capa com nomes de mulheres. ‘Coragem’ é um termo que eu associo mais fortemente com ações de mulheres que testemunharam contra Harvey Weinstein nas últimas semanas, sob muita pressão”, disse Natalie em comunicado enviado à imprensa americana.
A atriz ainda citou o fato destacado por Rose, de que trabalhou em apenas dois filmes dirigidos por mulheres (sendo um deles, dirigido por ela mesma). “É verdade que fiz poucos filmes com mulheres. Em minha longa carreira, só tive a oportunidade de trabalhar com diretoras algumas vezes — fiz curtas, comerciais e videoclipes com Marya Cohen, Mira Nair, Rebecca Zlotowski, Anna Rose Holmer, Sofia Coppola, Shirin Neshat e eu mesma”, disse. “Infelizmente, os filmes que tentei fazer e não foram finalizados, são histórias esquecidas.”
Acusada de falso ativismo por Rose, a atriz rebateu: “Já ajudei diretoras a conseguirem projetos, mas muitas acabam forçadas a abandoná-los por causa das condições que enfrentavam em ambientes de trabalho.”
Natalie assume que as oportunidades para mulheres na indústria do cinema estão melhorando, o que resultou nos bons filmes das diretoras com os nomes bordados em sua roupa. “Espero que minha homenagem não tire a atenção do grande feito realizado por elas.”
“Eu tentei, e vou continuar tentando [ajudar diretoras]. Enquanto eu não for bem sucedida, espero que possamos seguir rumo a um novo amanhã”, encerra.
A nota vem em tom elogioso à Rose por sua contribuição ao movimento #MeToo. Em 2017, a atriz e ativista acusou Weinstein de estupro em 1997, no Sundance Film Festival. Na época do ocorrido, fez um acordo com o produtor de filmes de 100.000 dólares, que não implicava confidencialidade, mas a impedia de denunciá-lo. Desde a sequência de reportagens publicadas pelo The New York Times e The New Yorker, a atriz se tornou um dos símbolos mais importantes na luta feminista em Hollywood.