No excelente documentário O Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho, sobre a vida e obra de Raul Seixas, um dos destaques é o depoimento sincero de Paulo Coelho, gravado na casa dele, na Suíça. Nos anos 70, bem antes de se tornar um escritor de sucesso, portanto, Coelho fez com Raul uma das parcerias mais bem-sucedidas do rock nacional, responsável por sucessos como Gita.
Tempos depois, os dois acabaram se afastando e o cantor seguiu carreira, ao lado de outros compositores. Perguntando no filme de Carvalho quais músicas não assinadas por ele gostaria de ter feito com Raul, Coelho cita rapidamente Maluco Beleza, que se tornou hino eterno dos bichos-grilos, rimando “maluquês” com lucidez (“controlando a minha maluquês/misturada com minha lucidez”). A letra original era em inglês e foi mudada pouco antes da gravação, por insistência do maestro Miguel Cidras.
Quem compôs com Raul esse hit foi Claudio Roberto, que virou o parceiro mais frequente do cantor depois da fase Paulo Coelho. Claudio Roberto morava em um sítio no interior do Rio de Janeiro e morreu no sábado, 29, aos 70 anos, de complicações cardíacas após uma cirurgia para o implante de uma válvula no coração. Além de Maluco Beleza, Claudio assinou ao lado de Raul outras canções de sucesso, como O Dia em que a Terra Parou e Cowboy Fora da Lei.