Marco Pigossi vive o protagonista Júlio Santana em O Nome da Morte. Baseado no livro homônimo do jornalista Klester Cavalcanti, o longa conta a história real de um matador de aluguel que confessou ter assassinado 492 pessoas. “Esse filme é uma denúncia. A realidade é pior nos cantos esquecidos do Brasil, que é um país muito grande, com lugares isolados, sem acesso e abandonados, política e socialmente falando”, diz o paulista.
Ao lado de Fabiula Nascimento, Pigossi mostra as transformações do homem do interior do Maranhão, que foi preso apenas uma vez na vida. Ao longo de um mês, os dois atores gravaram grande parte das cenas no Jalapão, no Tocantins, e dizem que passaram o máximo de tempo juntos para criar mais intimidade entre os personagens.
“A Fabiula faz a voz de animais. Estar no Jalapão com ela é uma experiência única. Passa o animal e ela faz como se ele estivesse falando com você. Então, é só alegria. Até com a borboleta que pousou nela, a Fabiula para e fala”, conta Marco.
O Nome da Morte foi o primeiro longa gravado por Pigossi, ainda em 2016. O ator anunciou, neste ano, o fim do contrato com a Rede Globo, depois de ter participado de mais de dez produções da emissora, incluindo a recém-terminada supersérie Onde Nascem os Fortes. “O cinema tem uma liberdade maior para falar de algumas coisas. Em novela, você fica limitado. Acho que não tem melhor nem pior. São processos diferentes”, explica.
O ator, que protagonizou também o filme A Última Chance em 2016, pondera: “Fiquei encantado com o cinema, pelo tempo que você tem de preparação, de mergulho do personagem. É um espaço muito generoso para o ator. Mas a novela tem suas qualidades e questões. Acho que o grande barato é o ator brincar com todas as possibilidades”.
Netflix
A saída da Rede Globo abriu a possibilidade da entrada de Pigossi para a Netflix. O ator já gravou a primeira série australiana original do serviço de streaming, intitulada de Tidelands, ao lado de Elsa Pataky, esposa de Chris Hemsworth. “Foi uma aventura, um mergulho no desconhecido”, comenta o ator, sobre atuar em inglês pela primeira vez. “A Austrália tem um sotaque muito particular, não é nem o britânico nem o americano. Mas é lindo, porque, no fundo, estamos falando de emoções humanas, isso é universal. Não importa a língua ou o sotaque.”
Marco ainda estará em uma nova série brasileira da plataforma, dirigida por Carlos Saldanha (O Touro Ferdinando e A Era do Gelo). Em Cidades Invisíveis, ele viverá um detetive que, ao embarcar na investigação de um assassinato, descobrirá um submundo habitado por criaturas míticas que evoluíram de uma linhagem do folclore brasileiro. “Essa nova série me encanta, vou levar a nossa história do folclore para fora, para 170 países”, comemora.