Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Luís Mauricio, do Natiruts, sobre a maconha: ‘Políticos precisam sair do armário’

Aos 51 anos e em turnê de despedida com sua popular banda de reggae, o músico fala da atuação como ativista pela legalização da Cannabis

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 ago 2024, 08h00

O Natiruts está em turnê de despedida dos palcos e fará quatro shows no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos já esgotados. Por que parar agora? Jamais imaginávamos essa comoção. Nunca fomos celebridades, e sempre fomos honestos com nosso reggae. Procuramos não repetir fórmulas, mas chegou um momento em que percebemos que estávamos fazendo mais do mesmo. Sentimos que chegou a hora de pendurar as chuteiras. Agora, minha missão é quebrar os preconceitos e desmistificar a maconha.

O que o levou a assumir a presidência da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial? Tenho um amigo neurologista que trabalha com óleos à base de canabidiol (CBD) e entrei nesse universo para entender a vida dos pacientes. Percebi uma dificuldade dos médicos em conseguir os produtos e montei uma empresa nos Estados Unidos para trabalhar com uma resolução da Anvisa que permite a importação direta para o paciente. Recebi depoimentos emocionantes de mães de filhos com epilepsia ou com autismo que tiveram melhoras significativas.

Ainda há muito preconceito em relação à maconha? Sim. E há outros benefícios da planta que muita gente desconhece, como o cânhamo industrial. É uma matéria-prima maravilhosa para a indústria têxtil e a do papel. É possível fazer mais de 25 000 produtos com cânhamo. Estamos tentando abrir os olhos da bancada ruralista para o fato de que o cânhamo tem valor absurdo no crédito de carbono. Requer quatro vezes menos água que o algodão e fornece uma fibra mais resistente. E ajuda a regenerar o solo — enquanto o eucalipto, da indústria de papel, o destrói.

Como viu a decisão recente do STF que estabeleceu o limite de 40 gramas de maconha para diferenciar o usuário do traficante? É um tema urgente para nós que tentamos diferenciar o usuário do traficante. Até a decisão do STF, o que estava acontecendo era um encarceramento em massa de uma população preta e pobre, às vezes por uma quantidade ínfima.

Tem esperança de que o Congresso regulamente o uso da maconha? Há medo dos congressistas em relação ao que o eleitor possa pensar. Mas seria ótimo que os políticos saíssem do armário e botassem a cara a tapa. O Brasil está perdendo uma grande oportunidade. A política atual é a de enxugar gelo. O tráfico continua do mesmo jeito. O dinheiro gasto para combatê-lo poderia ser usado de modo inteligente.

Publicado em VEJA de 9 de agosto de 2024, edição nº 2905

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.