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Longas horas e falta de segurança: as denúncias sobre filme de Alec Baldwin

'Rust' teve acidente anterior com arma e parte da equipe de câmeras se demitiu horas antes de morte de cinegrafista, diz imprensa americana

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 out 2021, 11h39 - Publicado em 24 out 2021, 11h39
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  • A morte da cinegrafista Halyna Hutchins por um tiro disparado acidentalmente pelo ator Alec Baldwin durante a gravação do longa Rust despertou uma ampla discussão sobre as condições de trabalho no set da produção de baixo orçamento. Segundo a imprensa americana, ao menos outros dois incidentes com armas cenográficas foram registrados por funcionários do filme gravado no Novo México antes do episódio que vitimou Hutchins. Horas antes do tiro, ao menos sete pessoas se demitiram da equipe de câmeras com reclamações sobre os padrões de segurança.

    O acidente que matou a diretora de fotografia aconteceu na quinta-feira 21. A cinegrafista de origem ucraniana de 42 anos recebeu um tiro no peito e morreu pouco depois. O disparo também atingiu o diretor do filme, Joel Rust, de 48, que foi levado ao hospital mas já teve alta. Segundo as primeiras investigações sobre o caso, a arma não deveria estar carregada, mas estava com munição.

    De acordo com informações divulgadas pelos jornais Los Angeles Times e New York Times, os dois incidentes com armas cinematográficas registrados anteriormente aconteceram no dia 16 de outubro. Em casos como esse, o procedimento padrão exige a abertura de uma investigação, o que nunca foi feito segundo funcionários do set.

    “Uma arma teve dois disparos acidentais em uma cabine fechada. Foram dois estouros altos – uma pessoa estava só segurando nas mãos e disparou”, disse uma fonte ao site Deadline.

    Os membros da equipe de produção que relataram os episódios sob condição de anonimato estão entre os muitos que se demitiram na última semana diante das más condições de trabalho e segurança. De acordo com relatos ouvidos pelo LA Times, as checagens de segurança obrigatórias das armas usadas no filme não eram feitas regularmente.

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    Os funcionários, todos sindicalizados, também reclamavam da falta de protocolo contra a Covid-19 e de atrasos no pagamento. A equipe ainda dizia trabalhar longas horas sem descanso e acusava a produção ter deixado a equipe em hotéis mais baratos que ficavam uma hora de carro do set.

    As pessoas que se demitiram deixaram o local de filmagem seis horas antes do acidente com várias reclamações, segundo a imprensa americana. Os produtores os substituíram por trabalhadores de fora do sindicato. Quando ocorreu o acidente, só Halyna Hutchins e outro operador restavam na equipe original de câmera. A cinegrafista estava entre os membros da equipe que exigia melhores condições de trabalho, mas não pediu demissão.

    Os produtores do filme divulgaram um comunicado na sexta-feira 22 e afirmaram não ter sido informados sobre os problemas de segurança no set. “Embora não tenhamos sido informados de nenhuma reclamação oficial relativa à segurança de armas ou propulsores no set, estamos conduzindo uma revisão interna de nossos procedimentos”, diz a nota.

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    Além de ator, Alec Baldwin também é um dos produtores de Rust. Ele prestou depoimento à polícia após a tragédia. “Estou cooperando totalmente com a investigação policial para resolver como essa tragédia ocorreu”, escreveu no Twitter.

    Rust é um filme de velho oeste que se passa no Kansas em 1880 e conta história de garoto e avô em fuga após acusação por morte acidental. As revelações sobre as condições no set levantaram uma discussão em Hollywood sobre os procedimentos de segurança em produções de baixo orçamento e sobre o uso das chamadas “prop guns” – armas reais carregadas com munição modificada.

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