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Leifert corta política no BBB: ‘Sem essa de representatividade’

Nayara, que é negra, foi eliminada com 92,69% dos votos no paredão das minorias, que contou com a mestiça Gleici, do Acre, e o único gay da casa, Mahmoud

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2018, 09h40 - Publicado em 21 fev 2018, 09h37
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  • Quando a professora Helcimara deixou o Big Brother Brasil 18, no primeiro paredão desta edição do reality show, fez um comentário que deixou o apresentador Tiago Leifert constrangido. “Estou fora do exílio. Agora posso falar: ‘Fora Temer’.” No dia seguinte, VEJA entrou em contato com a Globo para saber se, neste ano, a produção do programa tem procurado deixar a política fora da pauta dos brothers. Não teve resposta. Na noite desta terça-feira, no entanto, Leifert deu novo indício de que o BBB18 não quer saber de assuntos políticos, sejam eles ligados a Brasília ou à política do dia a dia, à relação entre as pessoas, aqui representada pelo politicamente correto que o apresentador acertou com um pontapé.

    “Esta casa, especificamente, está com uma outra ‘noia’. Vocês não são mais vocês mesmos. Agora vocês representam algo. ‘Ah, eu represento a comunidade X’. ‘Fulano representa a comunidade Y’. ‘Eu represento sei lá o quê’. Deixa eu falar a real. Ninguém aqui fora deu procuração para vocês representarem ninguém aí”, afirmou Leifert.

    Em outro momento, ele classificou o paredão como uma disputa relacionada à habilidade de jogo, uma outra maneira de fugir ao fato de que estavam na berlinda três representantes de minorias: Gleice, uma estudante mestiça vinda do Acre, o sexólogo Mahmoud, único gay declarado da casa, e a jornalista negra Nayara, que acabou eliminada com 92,69% dos votos.

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    É fato que Nayara amealhou sua rejeição ao fazer o que foi considerado por muitos, dentro e fora do confinamento, como leva-e-traz. A paulista ouvia informações de um grupo e procurava confrontá-las com outro, no que chamou de “checagem” dos fatos e atribuiu à sua profissão, a de jornalista. Mas também é fato que Leifert fez de tudo para despolitizar o jogo. Ao ouvir essa justificava da paulista, por exemplo, fez o que beirou uma tentativa de despersonalização. “A gente não quer saber (da sua profissão), a gente quer saber de você”, disse. “Só sei ser assim”, respondeu ela.

    Depois do erro de contagem na última Prova do Líder, pode-se arriscar dizer que esta é uma nova falha do BBB — ou, ao menos, de Leifert. Se acreditam na representatividade, se creem que é importante passar informações a limpo com pessoas diferentes, os participantes do Big Brother Brasil podem se tornar chatos e até entendiantes aos olhos de uns e outros, porém, mais do que nunca, parecem ser eles mesmos.

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