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Jojo Moyes, rainha dos romances femininos: “Temos mais heroínas maduras”

A autora britânica que é fenômeno mundial explica por que, aos 54, luta por mais protagonistas da sua faixa etária

Por Gabriela Caputo Atualizado em 4 jun 2024, 10h06 - Publicado em 9 set 2023, 08h00

Um Passo de Sorte (Intrínseca), seu livro mais recente, é uma comédia romântica sobre a amizade feminina. Por que a escolha? Quando cheguei aos 50, ficou evidente quão valiosas as companhias femininas têm sido em minha vida. Todas já sobrevivemos a muita coisa e nos apoiamos. Percebi que não havia muitos livros de ficção que refletissem o que enfrentamos nessa idade: como as mulheres, apesar de carregar o mundo nas costas, podem ser engraçadas, rabugentas, sensuais, complexas. Uma história em que uma mulher de meia-idade não fosse alvo de piada nem a esposa traída.

O público tem buscado mais por esse protagonismo? Definitivamente. Antes, mal existiam papéis bacanas para atrizes acima dos 40. Hoje temos mais heroínas maduras e dramas realistas sobre mulheres. Isso me deixa esperançosa. Não vejo por que não nos retratar de forma apropriada — ainda não somos vovós grisalhas que usam bengala. Também tendemos a ser uma geração com certo dinheiro para nos divertir. O entretenimento perde muito se nos descarta porque talvez não fiquemos mais tão espetaculares de biquíni.

Como tem sido sua experiência pessoal? Em um espaço de dois anos, minha mãe morreu de câncer, meu casamento de 22 anos acabou e meus filhos saíram de casa — eventos enormes para qualquer mulher. Cheguei aos 50 e tive de repensar a vida. No início, há um luto nisso, você tem de questionar quem é e onde se encaixa no mundo. Mas também há muita alegria na redescoberta. Estou mais feliz agora do que antes.

Por que tramas românticas nunca saem de moda? Amor é um tema universal. Ele induz nosso melhor e pior: dá para explorar uma vastidão de emoções. Todo ser humano, quer saiba ou não, quer ser amado. Ficamos obcecados em como conquistar isso e manter.

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Esse livro é mais leve que seus anteriores. Queria dar aos leitores uma espécie de férias, porque eu mesma não conseguia mais ver ou ler nada pesado depois da pandemia e das minhas próprias circunstâncias. Mas sempre há partes sombrias, não consigo evitar.

Por quê? Porque tenho olhos. Vejo quanto cresceram o trabalho informal e a disparidade entre ricos e pobres no meu país, o momento difícil após o Brexit e a pandemia. Classe, oportunidade e dinheiro acabam aparecendo em meus livros. Como escrever sobre a vida e não reconhecer o que está por trás das dificuldades? Não posso ignorar.

Publicado em VEJA de 8 de setembro de 2023, edição nº 2858

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