O ator Jackie Chan reconheceu nesta terça-feira que é “muito difícil” que os filmes chineses triunfem no exterior e pediu aos produtores de seu país que não façam cinema “com as portas fechadas” a outros mercados, segundo o portal de notícias “Sina”. A estrela das artes marciais deu uma entrevista coletiva em Pequim, em coincidência com o plenário anual da Conferência Política Consultiva, um órgão assessor do governo chinês integrado por personalidades da cultura, empresariado, ciência e esporte, do qual o ator é membro.
Chan, que em novembro recebeu um Oscar honorário, afirmou que a chegada à China de filmes de Hollywood põe mais “pressão” sobre as produções locais, mas defendeu que é uma influência “boa” que as obriga a melhorar.
O ator considerou que a influência é recíproca, já que as grandes produtoras americanas buscam cada vez mais satisfazer os gostos do mercado chinês, o segundo maior do mundo para a indústria cinematográfica. “Atualmente, Hollywood tem tendência a comprazer e atender o mercado chinês. Mais e mais heróis chineses surgirão nos americanos. Devido à concorrência feroz do mercado cinematográfico, essa tendência de Hollywood pode afetar a saída do cinema chinês” ao estrangeiro, apontou Chan.
As declarações chegam pouco após a notícia do fracasso comercial de A Grande Muralha, uma superprodução entre China e EUA protagonizada por Matt Damon e dirigida pelo mais conhecido dos produtores chineses, Zhang Yimou. O filme perderá cerca de 75 milhões de dólares após um público moderadamente bom na China e um fracasso nos EUA.
(Com agência EFE)