Gente como a gente, só que não: bastidores da nova vida de Harry e Meghan
Roupas informais substituem os figurinos pomposos, mas o assédio dos paparazzi e a segurança milionária atestam: os dois nunca serão meros mortais
Eram quase 21h45 do dia 21 de janeiro quando o avião da British Airlines pousou em solo canadense. Dentro dele estava o (ex) príncipe Harry, agora apenas duque de Sussex, dando boas-vindas a seu novo lar longe da família real inglesa. Ele e Meghan Markle anunciaram o desejo de se afastar das atribuições dos membros da realeza e se tornar financeiramente independentes. Além de se mudar da Inglaterra para o Canadá, onde desejam viver como reles mortais junto com o filho, Archie, de 8 meses.
Ao dar os primeiros passos para fora da aeronave, porém, percebeu-se que o duque, por mais que tente, nunca será um mortal como todo mundo. Apesar de usar roupas mais confortáveis que os ternos com os quais sempre era visto – ele estava de touca, uma jaqueta de frio, jeans e carregava a própria bagagem no ombro -, Harry foi escoltado por dois seguranças da guarda real britânica e tinha à disposição um carro SUV prata avaliado em mais de 11 milhões de dólares.
O terceiro andar do aeroporto foi fechado para a passagem do ex-monarca. Os outros passageiros do Boeing precisaram permanecer sentados enquanto sua ex-alteza real desembarcava.
Não muito longe dali, Meghan Markle também iniciou sua vida supostamente mais soltinha. Ela foi fotografada no mesmo dia, um pouco mais cedo, passeando em um parque com o filho no colo e seus dois cachorros labradores presos na coleira. Com um sorriso largo no rosto, a duquesa parecia estar muito (mas muito) animada com a caminhada. O “sorriso Colgate”, aliás, era bem maior do que a feição amarga e triste de Harry ao encarar o frio gélido canadense.
Assim como o marido, dois guardas britânicos fizeram a guarda de Meghan e do pequeno Archie no parque por uma distância considerável.
A segurança do casal está sendo amplamente discutida entre Inglaterra e Canadá, pois, como Harry e Meghan perderam o título de “Alteza Real”, em tese não deveriam ter direito a seguranças reais pagos com dinheiro público dos súditos de vovó Elizabeth II.
Muitos canadenses também torcem o nariz frente à possibilidade de terem de arcar com esse prejuízo. Um abaixo-assinado lançado pela Federação Canadense de Contribuintes – e que já recebeu mais de 80 000 assinaturas em menos de seis dias – exige que o governo canadense não banque as mordomias. “Damos boas-vindas ao casal real, mas eles terão de pagar por suas despesas. Não seremos obrigados a pagar por elas”, diz o texto.
Estima-se que a despesa anual com a segurança da família gire em torno de 100 milhões de euros. Até o momento, não está claro quem pagará a conta dos acordos de segurança quando eles deixarem oficialmente a monarquia, na primavera. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, não se pronunciou até o momento sobre o assunto.
Segundo o jornal The Daily Mail, porém, Harry e Meghan pretendem pagar seus próprios custos de segurança. De acordo com o plano do casal, eles reembolsariam o contribuinte pela proteção fornecida em compromissos comerciais sem conexão oficial com a coroa inglesa. O acordo seria parecido com o firmado entre a Inglaterra e o ex-primeiro ministro Tony Blair.