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Filme ‘O Primeiro Homem’ coloca espectador na Lua com Neil Armstrong

Damien Chazelle despeja sua criatividade na cinebiografia do astronauta, com belíssimo apelo visual e sem os clichês de longas épicos americanos

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 out 2018, 18h25
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  • Há um momento sublime no filme O Primeiro Homem, de Damien Chazelle. Um artesão visual, vencedor do Oscar pelo atraente La La Land: Cantando Estações, o jovem cineasta leva o espectador à Lua, lado a lado com o engenheiro e astronauta Neil Armstrong, no histórico dia de 20 de julho de 1969. Ao fim de uma aterrizagem arriscada, ele chega ao satélite natural da Terra, abre a porta da aeronave, e voilà: o espectador se depara com uma ampla, silenciosa e belíssima cena do que seria a superfície lunar — assistir em IMax pode fazer a diferença. Pelos longos segundos que a imagem toma a tela, é possível sentir uma pontada de inveja dos que já pisaram no arenoso terreno espacial. O sentimento só não é maior pelas duas horas de filme que antecedem o desfecho.

    Muito antes de ser alçado à fama, Armstrong e os colegas da Nasa passaram por anos de treinos, testes frustrados, mortes e a sensação de que nunca realizariam o sonho americano de vencer a corrida espacial e chegar à Lua antes dos soviéticos.

    Para lançar este novo olhar sobre a mítica história americana, Chazelle prefere seguir de perto os dramas familiares de Armstrong, vivido por Ryan Gosling, e sua esposa, interpretada por Claire Foy. Fora de casa, o diretor também evita seguir os clichês de filmes espaciais. Por exemplo, em vez de filmar de fora o épico momento dos lançamentos dos foguetes nas plataformas, ele leva a câmera para dentro das naves, em cenas que beiram o claustrofóbico, e que revelam a angústia e os perigos de desafiar as leis da física para além da atmosfera terrestre.

    Para quem viu os filmes anteriores de Chazelle (ele também foi o responsável por Whiplash: Em Busca da Perfeição, de 2014), O Primeiro Homem em nada lembra o colorido de La La Land, ou o forte interesse do diretor pela música. O longa, inspirado no livro de mesmo nome, publicado no Brasil pela editora Intrínseca, é uma nova e bem-sucedida experimentação do cineasta de 33 anos, que humaniza a figura do herói americano, dando um novo significado ao pequeno passo para o homem que realmente foi um grande salto para a humanidade.

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